História e Curiosidades do Troféu Imprensa
O Troféu Imprensa é considerado o maior prêmio anual destinado aos maiores destaques da televisão brasileira em diversas categorias. O prêmio foi criado em 1958, pelo jornalista Plácido Manaia Nunes, diretor da revista São Paulo na TV, cuja primeira escolha dos melhores do ano se deu em 1960. Desde 1970, com o fim da revista São Paulo na TV, Plácido passou os direitos do Troféu Imprensa ao animador e empresário Silvio Santos, sendo o responsável pela organização, produção e apresentação do prêmio até hoje e transmitida anualmente pelo SBT.
História
Em 20 de abril de 1959 chegou às bancas de jornais a primeira edição da revista São Paulo na TV, uma publicação inteiramente dedicada aos programas e aos artistas da televisão da capital paulista, e dentre a equipe fundadora estava um jovem jornalista chamado Plácido Manaia Nunes. Logo nos primeiros números, foi anunciada a criação de uma premiação aberta a toda a imprensa que cobria a área televisiva visando prestigiar verdadeiramente os artistas e profissionais de todas as emissoras de televisão, que tinham grandes dificuldades de terem seus trabalhos escolhidos e premiados. Mas somente em 1960 é que a idéia finalmente saía do papel, nascia o Troféu Imprensa.
A premiação surge em meio a boatos de supostos favorecimentos de várias premiações televisivas já existentes, como o Troféu Roquette Pinto da TV Record, e também para acabar de vez com a confusão gerada pelas próprias emissoras de TV em elaborar diversas seleções com seus "melhores do ano", pois em certas categorias haviam dois artistas considerados destaques no mesmo ano escolhidos por organizações diferentes. Por exemplo: o artista que ganhava o Troféu Roquette Pinto, perdia para um outro artista do mesmo segmento no Troféu Tupiniquim dos Diários Associados, pertencente a TV Tupi. No final de 1959, a própria São Paulo na TV elaborou sua primeira lista com os destaques daquele ano feita por um corpo julgador de apenas três redatores da publicação. Para cessar de vez essa rumorosa política de protecionismo dentro das emissoras de TV, Plácido Manaia Nunes, o diretor-geral de São Paulo na TV, se reuniu com Antônio Brusco, proprietário da Editora Propaganda (que publicava a revista), e
Theotônio Pavão, redator-geral de São Paulo na TV, e propôs a idéia de reunir um júri formado exclusivamente por profissionais da imprensa (críticos de televisão de São Paulo e alguns correspondentes do Rio de Janeiro) sem nenhuma ligação com alguma emissora de TV na escolha dos destaques do ano, ao invés de diretores, produtores e profissionais das emissoras de TV, isso para não haver coincidência de idéias (daí a origem do nome da premiação, Troféu Imprensa). Foi por essa razão que a TV Record discordou de tal critério e ignorou a premiação em sua primeira edição.
Em 27 de dezembro de 1960, Plácido e mais um grupo heterogêneo de 13 jornalistas, representantes de todos os órgãos da imprensa paulistana, se reúnem na Biblioteca Municipal Mário de Andrade, localizado no centro de São Paulo, às 19 horas para a reunião de escolha dos melhores da televisão de 1960. Plácido era o único que não tinha o direito a voto, já que a sua função era de coordenador da votação, dirigindo a palavra a cada um dos jornalistas presentes ao que foi chamado na época de "seminário". Foi oferecido a cada um deles um questionário para ser preenchido livremente por vários nomes, os quais os jurados achavam que se destacaram no ano em suas respectivas categorias. Após todos preencherem o tal questionário, Plácido avaliava cada categoria a ser debatida, escolhia os jurados um por um e eles tinham que dizer o nome que escreveu e explicar o porquê da escolha. A apuração dos votos era da seguinte maneira: na primeira votação, o artista já era escolhido o destaque do ano se
obtesse no mínimo dois terços dos votos do júri, caso contrário, os artistas mais votados que não chegassem a essa cota mínima de votos iam para uma segunda votação e se houvesse empate, acontecia uma possivel terceira votação com direito a "voto de minerva" do presidente do júri (a regra era de que não podia haver empate na lista de ganhadores). Depois de cerca de 3 horas de muitos debates e discussões, enfim a lista dos "melhores do ano" era definida.
Na primeira edição do Troféu Imprensa, Plácido pediu aos jornalistas que se comprometessem a não divulgarem a lista dos vencedores até o dia da entrega dos prêmio, em 1º de janeiro de 1961, onde seria conhecido os nomes dos vencedores de cada categoria. Só que o protocolo foi quebrado e os nomes dos vencedores acabou "vazando" pelos órgãos de imprensa dois dias depois da reunião dos representantes da imprensa. No final das contas, a TV Tupi foi a emissora mais contemplada pelo Troféu Imprensa com 15 vencedores (Lima Duarte, Márcia Real, Maria Thereza Gregori, Ary Silva, José Carlos Moraes (Tico-Tico), Maurício Loureiro Gama, Kalil Filho, Repórter Esso, Cassiano Gabus Mendes, Júlio Gouveia, Equipe Técnica da TV Tupi, Maria Pia Finocchio, Zaé Jr., Neide Alexandre e Glória Menezes), a TV Record ficou em segundo com sete premiados (J. Silvestre, Consuelo Leandro, Renato Côrte-Real, Renzo Fonzenigo, Raul Tabajara, Conjunto Farroupilha e Sammy Davis Jr.), a TV Excelsior faturou seis
troféus (Morgana, Bibi Ferreira, Manoel Carlos, Brasil 60, Enrico Simonetti e Juca Chaves) e a TV Paulista teve apenas dois laureados (Ronald Golias e Francisco Egydio).
O show de premiação ocorreu no primeiro dia do ano de 1961, no Teatro Municipal de São Paulo, às 21 horas, cuja transmissão ao vivo ficou a cargo da TV Cultura em sua fase Associada, que curiosamente não obteve nenhum troféu, demonstrando prestígio a premiação, o oposto dos desprestígio da TV Record que proibiu seus artistas de receberem o troféu. A coluna de Rádio e TV do caderno Folha Ilustrada do jornal Folha de São Paulo, pulbicada em 3 de janeiro de 1961, descreveu assim o seguinte fato: "Não soube o canal 7 receber com esportividade a decisão de um júri honesto, sem ligação com esta ou aquela organização". O primeiro mestre-de-cerimônias do Troféu Imprensa foi o entrevistador Silveira Sampaio e a cerimônia, que teve duas horas de duração, contou com a participação de todo o comitê julgador que esteve presente no dia da votação.
Imediatamente, a premiação ganhou prestígio e credibilidade por parte da classe artística, além de gerar enorme expectativa quanto a definição da lista com os melhores de cada ano. O primeiro modelo do Troféu Imprensa pesava 3 quilos, era uma placa de mármore escuro com um desenho estilizado e metalizado de uma águia. A partir de 1961, a escolha dos melhores do ano passou a ser feita na sede do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, numa sala do 8º andar sempre às 20 horas, onde o júri, sentado em volta de uma imensa mesa, se reunia para escolher os artistas que mais se destacaram no ano (as discussões podiam durar de 3 a 4 horas para que houvesse uma convergência de idéias entre todos os representantes da imprensa). Foi a partir de então que Plácido Manaia Nunes, organizador do evento, ganhou a assessoria do presidente do sindicato para supervisionar esses trabalhos e presidir a reunião anual da imprensa. Alguns membros da comissão julgadora vinham de diversas partes do estado de
São Paulo como Santos, Campinas e Jundiaí. Ainda em 1961, o prestígio na entrega dos prêmios foi ainda maior: os apresentadores Silveira Sampaio, da TV Paulista, e Bibi Ferreira, da TV Excelsior, comandaram o espetáculo, quatro das cinco emissoras de TV de São Paulo transmitiram o evento ao vivo simultâneamente (Cultura, Tupi, Paulista e Excelsior) e a Rádio Difusora de São Paulo liderou uma cadeia de 31 emissoras de rádio de várias partes do Brasil especialmente para a ocasião (18 emissoras de São Paulo, oito do Paraná, quatro de Minas Gerais e uma do Rio Grande do Sul). Em 1964, no evento que premiou os melhores de 1963, o local de entrega dos troféus passou a ser o salão de recepção da casa Terrazza Martini, um dos mais famosos "points" da vida social de São Paulo daquela época, por volta das 19 horas, cujos premiados eram convidados a participarem de um coquetel de confraternização. A Terrazza Martini era uma casa de recepções administrada por Martini & Rossi, fabricante de bebidas alcólicas, com unidades espalhadas por toda a Europa. No Brasil, ela foi inaugurada em 2 de abril de 1963 em São Paulo, onde teve a condição de abrigar a primeira e única Terrazza Martini das Américas. O empreendimento era basicamente um ponto-de-encontro das rodas da alta-sociedade de então, prestigiando as atividades das mais importantes personalidades do show business brasileiro da época. A Terrazza Martini brasileira era localizada na Avenida Paulista nº 2.076, 16º andar do prédio do Conjunto Nacional, esquina com a Rua Augusta. O curioso é que o diretor de relações-públicas da Terrazza Martini era o apresentador da TV Record Murilo Antunes Alves, que em diversas oportunidades tinha a condição de mestre-de-cerimônias na entrega dos prêmios. Em 1966, a organização da premiação adotou um importante critério: foam eleitos apenas os melhores do ano na televisão de São Paulo, descartando, portanto, os video-tapes gravados no Rio de Janeiro. O tal critério foi deixado de lado em 1969 quando foi adotado o esquema de rede de televisão, ligando o Brasil através de uma programação simultânea.
Fase Sílvio Santos
Em 26 de dezembro de 1969, o Troféu Imprensa foi apresentado pela primeira vez pelo animador Silvio Santos. O novo local de entrega dos prêmios foi o auditório da TV Tupi de São Paulo da Avenida Brigadeiro Luís Antônio. Os organizadores da época escolheram o horário destinado ao Cidade Contra Cidade (sexta-feira, 21 horas) pelo fato de ser o programa de maior audiencia da época, marcando índices de cerca de 40%. Com a volta da transmissão ao vivo do evento pela TV, a cerimônia de premiação passa a ser diante de um auditório lotado, contando com a participação dos julgadores, personalidades políticas e os indicados em cada categoria. Pela última vez, o esquema de reunião do júri acontece no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, mas dessa vez, ao invés de divulgar a lista de vencedores, é publicado apenas a lista dos indicados a cada categoria e somente na cerimônia de entrega dos prêmios, três semanas depois, é que os nomes dos vencedores passaram a ser conhecidos pelo público, após grande expectativa. Então, Silvio chamava um por um no palco os artistas eleitos em cada categoria, entregando a estatueta ao respectivo vencedor. Só que a noite de premiação foi ofuscada pelo novo boicote da TV Record, a exemplo do que tinha ocorrido há nove anos. Pela primeira e única vez, foi criada a regra de que os eleitos pelo júri (assim como os outros indicados) deveriam estar presentes na cerimônia de divulgação dos ganhadores, caso contrário, havia o risco de perder o prêmio (outorgado ao segundo mais votado pela imprensa) e uma determinada categoria podia ficar sem vencedor (em caso de ausência de todos os indicados). Foi o que aconteceu com os artistas da TV Record naquele ano.
Plácido Manaia Nunes, o criador da premiação, gostou tanto do comando de Silvio Santos no anúncio dos laureados que decidiu, a partir de 1970, entregar-lhe os direitos de organização, produção e apresentação do evento. Como Plácido era visto com muita simpatia, Silvio não só aceitou a proposta como também fez várias mudanças quanto a premiação. Primeira, que o desenho do troféu passe a ser a réplica do Oscar (premiação importante do cinema norte-americano), o famoso guerreiro dourado, cujo peso é de 1,980 quilo, colocando o Troféu Imprensa no status de "Oscar da Televisão Brasileira", que logo se transformou no slogan da premiação. E segunda, que ao invés da tradicional reunião dos jurados no Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, determinou que a escolha dos destaques do ano fosse em duas partes: a distribuição de questionários para consulta popular, o que seria fator importante para a elaboração da lista de indicados, e uma inovadora reunião dos jornalistas-eleitores dentro do
Programa Silvio Santos, onde faziam a eleição final dos melhores do ano de acordo com uma lista de três indicados de cada categoria. Foram distribuídos 300 questionários, sendo 210 para São Paulo e 90 para a Guanabara (extinto estado brasileiro), divididos da seguinte maneira: 70 votos dos profissionais de TV de São Paulo, 29 votos dos profissionais de TV da Guanabara, 61 votos dos jornalistas da Guanabara, 40 votos dos jornalistas de São Paulo e 100 votos do público telespectador de São Paulo. A revista paulista Melodias e a carioca Amiga seriam as responsáveis pela distribuição dos questionários. Após feita a somatória dos votos desses questionários, são tabulados os três indicados em cada categoria. A decisão de se fazer uma cerimônia de votação no Teatro Globo da Praça Marechal Deodoro, em São Paulo, diante do auditório do Programa Silvio Santos, foi considerada controversa na época. Se nos anos 60, os votos eram secretos, a partir dos anos 70, os votos passaram a ser orais e
abertos e todos podiam ter o conhecimento de quem votaria em quem em cada categoria disponível para voto. Para dar caráter nacional, o júri permitiu a larga presença de jornalistas de jornais e revistas do Rio de Janeiro se mesclando com os representantes de São Paulo, além de Plácido Manaia Nunes que, além de ser o criador do prêmio e por ser também o diretor da revista Melodias desde 1970, passou a ter o direito a voto pela primeira vez. Posteriormente, o corpo julgador foi composto apenas por presidentes de sindicatos de jornalistas e de radialistas de 11 estados brasileiros. A própria imprensa brasileira discordava dos crítérios adotados e da total falta de assessoria na escolha dos melhores do ano, por isso não dava crédito a premiação, não se convencendo do argumento do apresentador em dizer que "o troféu é uma homenagem a imprensa brasileira". Diante disso, em 1973, o presidente da FENAJ (Federação Nacional dos Jornalistas) Adriano Compagnole liderou um boicote, proibindo a
participação dos presidentes de sindicatos filiados de participarem do evento de votação, que nada mais era um programa de televisão. Para suprir essa ausência, houve insinuações de que Silvio teria recrutado figurantes sem senso crítico, se passando por jornalistas, para compôr o corpo de jurados, o que teria colocado em primeiro plano o suspeito critério de predileção e gosto pessoal dos jurado na escolha dos melhores. Mas as críticas não paravam por aí, recaíam na escolha de categorias como "figura mais simpática", "figura mais elegante", "figura mais bonita" e "o artista mais querido da TV" e o corpo julgador composto somente por presidentes de sindicatos de jornalistas ao invés de críticos especializados em artes e espetáculos audiovisuais. O jornal Folha de São Paulo publicou no caderno Folha Ilustrada em 4 de dezembro de 1973 na coluna Teleaviso, uma das várias críticas referentes ao Troféu Imprensa na década de 70. A coluna registrava que cada um dos 10 jurados representava
um estado brasileiro na comissão julgadora da premiação, mas naquela época nem todas as emissoras de televisão tinham uma grande penetração no interior do Brasil, o que faria o "representante do estado" a votar em favor dos programas e dos artistas que ele acompanhasse em sua respectiva cidade. Isso porque em alguns estados eram predominados pela Rede Globo, enquanto que outros eram dominados pela TV Tupi e a Rede de Emissoras Independentes (encabeçada por TV Record e TV Rio) não tinha quase nenhuma penetração no território nacional. A escolha dos vencedores de 1973 deixou um ar de suspeita no dia da votação, até porque o próprio Silvio anunciou que a vinda de todos eles a São Paulo (sede do Programa Silvio Santos) tiveram todas as despesas pagas, esse poderia ter sido um fator decisivo na escolha de Silvio Santos como melhor Animador e como a "figura mais simpática", ambas por unanimidade.
Em 7 de novembro de 1976, numa única vez, o Programa Silvio Santos promoveu um sorteio que selecionava os 11 integrantes do júri do Troféu Imprensa de 1976. Primeiramente, foram sorteados os 11 estados brasileiros de onde viriam os julgadores (Mato Grosso, Rio de Janeiro, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Bahia, Pará, Goiás, Santa Catarina e São Paulo) e, em seguida, eram reunidos os nomes dos jornais de cada um desses estados e após serem selecionados na segunda parte do sorteio (Diário de Cuiabá, Jornal do Brasil, Jornal do Commércio, Correio da Paraíba, Folha da Tarde de Porto Alegre, Diário de Natal, Tribuna da Bahia, A Província do Pará, Folha de Goiás, O Estado de Santa Catarina e O Dia de São Paulo), cada um desses veículos tinham que enviar um representante para compor o júri do Troféu Imprensa da escolha dos destaques daquele ano. (...). Depois de três anos de ausência na escolha dos melhores do ano (entre 1977 e 1979), em 4 de janeiro de 1981, o Troféu Imprensa retoma seus trabalhos na escolha dos destaques em cada ano. A partir desse ano, a cerimônia se resume numa simbólica votação nominal do corpo julgador composto de 11 jurados, todos eles jornalistas e colunistas especializados em artes e espetáculos de jornais, revistas e emissoras de rádio de São Paulo e Rio de Janeiro. De 1972 adiante, o esquema de distribuição de questionários passou a
ser mais planejado, sendo organizado da seguinte maneira: a produção do Programa Silvio Santos seleciona uma equipe de jovens estudantes que tiveram a tarefa de entrevistar 1.500 pessoas durante um período de 40 dias, sendo 750 em São Paulo e 750 no Rio de Janeiro. Nessa pesquisa de opinião pública em cada um desses estados, a divisão de votos era dada da seguinte forma: 250 votos dos jornalistas pertencentes a diversos jornais e revistas especializadas, 250 votos dos profissionais de emissoras de rádio e televisão e 250 votos do público telespectador (dentre os quais 50 estudantes universitários, 50 pessoas da classe A, 50 pessoas da classe B, 50 pessoas da classe C e 50 pessoas da classe D). Uma vez concluída as entrevistas, a etapa seguinte era a média da preferência popular em cima desses 1.500 votos na tradicional tabulação de onde são conhecidos os três primeiros colocados de uma média de 20 categorias disponíveis e este esquema é mantido até hoje. Essa lista dos nomes mais
votados eram apresentados a comissão julgadora em ordem alfabética, não implicando na ordem de votação para não influenciar ou desvirtuar a escolha final dos jurados. Para Silvio Santos, os presidentes dos sindicatos dos jornalistas ou seus representantes pelo Brasil eram os mais indicados na eleição dos destaques do ano, pelo fato de não estarem vinculados a nenhuma organização comercial ou emissora de televisão. A partir de 1985, na escolha dos melhores de 1984, as pesquisas passaram a ser feitas em uma data que impedisse que os eventos do ano corrente influenciassem a escolha relativa ao ano anterior, a partir do primeiro dia útil da primeira quinzen de janeiro do ano seguinte, subindo para 2.000 questionários sendo 500 representantes da imprensa (jornais, revistas e emissoras de rádio e televisão), 300 da classe A, 300 da classe B, 300 da classe C, 300 da classe D e 300 universitários. A entrega dos prêmios propriamente dita era realizada ao longo do ano dentro dos programas
apresentados por Silvio Santos. Na escolha dos melhores de 1990, foi ampliado novamente o número de questionários, subindo para 2.100, distribuindo 100 para os representantes da imprensa (jornalistas e radialistas), 100 para os estudantes universitários e 1.900 para o público telespectador (100 para a classe A, 600 para a classe B, 600 para a classe C e 600 para a classe D), modificando assim a divisão de entrevistados. Em 2007 (eleição dos melhores de 2006), o número de jurados foi reduzido de 11 para 10 para dinamizar a escolha e desde então, apenas 5 jurados são escolhidos por Silvio Santos, em cada categoria, para terem o direito de voto dos melhores do ano. Em 2010, uma última alteração: o número de questionários subiu para 2.300, isso porque foi acrescentado mais 50 pesquisas para os telespectadores das classes C e D tanto em São Paulo como no Rio de Janeiro, conforme é descrito no site do SBT:
"A produção do Troféu Imprensa realiza 2.300 pesquisas em São Paulo e no Rio de Janeiro com telespectadores, jornalistas e universitários. Os questionários, com cerca de 20 perguntas cada, são divididos de acordo com a classe social: 50 para classe A, 300 para classe B, 350 para classe C, 350 para classe D, além de 50 para universitários e 50 para a imprensa em geral (profissionais de jornais, revistas, emissoras de rádio e televisão), num total de 1.150 pesquisas em cada uma das cidades. Em seguida, é feita uma tabulação e os três candidatos mais votados em cada categoria são julgados no Troféu Imprensa por 10 jurados, que decidem o grande vencedor."
Em 2013 (eleição dos melhores de 2012) os questionários foram abolidos e os três indicados de cada categoria foram escolhidos unicamente através de votação pela Internet. E no ano seguinte, o número de jurados voltou a ter 11 integrantes.
Curiosidades
- * Silvio Santos é o maior colecionador de Troféus Imprensa da história. Seu primeiro troféu como melhor animador foi em 1964 e seu primeiro troféu como melhor programa de TV (representado pelo Cidade Contra Cidade) foi em 1969. Somando os 24 troféus que conquistou como melhor animador e apresentador com outros 25 de melhor programa de TV e melhor programa de auditório (com o Programa Silvio Santos, que foi premiado pela primeira vez em 1971 e juntando o Show do Milhão em 2000 e Casa dos Artistas em 2001) e mais três por ser considerado O Artista Mais Querido de 1971 e o de Figura Mais Simpática de 1973 e 1974, ele já foi laureado 52 vezes.
- O humorista Chico Anysio e o cantor Roberto Carlos estão empatados como vice-campeões no ranking dos contemplados pelo Troféu Imprensa com 27 troféus cada um. O primeiro prêmio de Chico como melhor humorista foi em 1962 e colecionou 16 troféus neste quesito, somado com mais sete como melhor programa humorístico e programa de TV (com o Chico Anysio Show, premiado pela primeira vez em 1982, e Escolinha do Professor Raimundo, laureado em 1990 e 1993) e outros quatro como melhor produtor humorístico (cujo primeiro prêmio foi em 1962 dividido com Carlos Manga), enquanto que o "Rei" possui 22 como melhor cantor (o primeiro foi em 1970) e mais cinco por ter composto e interpretado a melhor música do ano (Amada Amante em 1971, Por Amor em 1972, O Show Já Terminou em 1973, Proposta em 1974 e Esse Cara Sou Eu em 2012). Outra grande laureada do Troféu Imprensa é a apresentadora Hebe Camargo com 24 troféus, ficando em quarto lugar, sendo 22 como melhor apresentadora (o primeiro foi
conquistado em 1962), um como melhor entrevistadora em 1967 e mais um como melhor programa de entrevistas em 2010.
- Durante toda a década de 60, o Troféu Imprensa tinha o costume de anunciar o prêmio de Menção Honrosa. O prêmio era concedido apenas a programas, personalidades e emissoras que ajudaram no crescimento da difusão artística no Brasil e pelos bons serviços prestados através da televisão. O empresário Assis Chateaubriand foi um dos contemplados pela Menção Honrosa do Troféu Imprensa, assim como a TV Record por promover os Festivais da Música Popular Brasileira, as inaugurações das TVs Bandeirantes e TV Cultura Educatica e a implantação da EMBRATEL. Somente no ano de 1965 que não houve a premiação de Menção Honrosa, porém, alguns nomes foram cogitados pelo júri: o cantor Vicente Celestino, o projeto de curso instrutivo "TV Escolar" desenvolvido pelo Serviço de Educação e Formação de Base pelo Rádio e Televisão e transmitido simultâneamente pela TV Cultura-SP e TV Continental-RJ, a cantora Elizete Cardoso pela sua participação na campanha beneficente "Quanto Vale Uma Criança" e até a
novela O Direito de Nascer da TV Tupi.
- Na edição de 1964, em uma única oportunidade na história, foi concedido o Prêmio Póstumo no Troféu Imprensa. O entrevistador Silveira Sampaio havia falecido naquele mesmo ano e o corpo de jurados fez questão de homenageá-lo, não apenas o elegendo por unanimidade como melhor Comentarista Político do ano como também foi concedida uma emocionante homenagem póstuma durante a premiação encabeçada pelo mestre-de-cerimônias daquele ano, o apresentador Blota Jr.. Os troféus foram entregues para o médico de Silveira, que tomou conta dele nos últimos momentos de vida.
- Na entrega dos prêmios aos melhores de 1965, a organização do evento convidou o então prefeito de São Paulo Brigadeiro Faria Lima para participar da premiação, fazer um breve discurso inaugural e entregar os troféus a seus respectivos ganhadores. Diante de nobre atitude, o jornalista Plácido Manaia Nunes nomeu Faria Lima como o "padrinho" do Troféu Imprensa de 1965.
- Na edição de 1969, a organização do Troféu Imprensa instituiu a seguinte regra: os artistas que forem eleitos pelo júri deveriam estar presentes na noite de entrega dos prêmios. Em caso de ausência, havia o risco de perder o troféu e da categoria ficar sem vencedor. Foi o que aconteceu em quatro categorias: Humorista Masculino, Produtor de TV, Apresentadora de TV e Cantor. Como a TV Record impediu seu elenco de tomar parte da premiação, repetindo tal atitude nove anos antes, artistas como Roberto Carlos e a Equipe A de Nilton Travesso, Manoel Carlos, Raul Duarte e Tuta Carvalho acabaram perdendo seus troféus.
- A partir de 1970, os artistas que eram escolhidos os melhores do ano pelo Troféu Imprensa, tinham que assinar um termo de autorização de uso de imagem para o amplo esquema de divulgação publicitária feito pelo Grupo Silvio Santos para promover a premiação em jornais, revistas, rádio, televisão e outros veículos de comunicação. A assinatura era facultativa, não obrigatória, porém quem não assinasse perdia o direito de ter sua imagem figurando entre os vencedores no período entre a votação e a premiação. Havia também a seguinte punição aos artistas que faltassem a cerimônia de entrega dos troféus sem justa causa: corriam o risco de ficar dois anos sem direito a concorrer ao prêmio. Elis Regina (1970), Erasmo Carlos, Chico Buarque de Hollanda e Dina Sfat (estes em 1971) chegaram a integrar a "lista negra" do Troféu Imprensa.
- O jornal Folha de São Paulo publicou uma nota na coluna Música Popular no caderno Ilustrada, em 4 de dezembro de 1971, de que uma moça, integrante da produção do Programa Silvio Santos, chegou a redação do jornal entregando um questionário do Troféu Imprensa para que algum jornalista pudesse preenche-lo e votasse nos destaques de 1971. Porém, havia uma inusitada instrução: não votar em Elis Regina como melhor cantora. O motivo alegado foi de que ela se ausentou na premiação dos melhores do ano de 1970, mas os jornalistas da publicação contrariaram tal regra e votaram em Elis Regina mesmo assim.
- No Troféu Imprensa de 1971, aconteceu um fato curioso: na categoria de Melhor Cantor, Roberto Carlos venceu por unanimidade e ganhou um troféu especial, fazendo com que Chico Buarque ficasse com o prêmio oficial por ter sido o segundo mais votado nas pesquisas feitas pela produção do programa. No entanto, os dois não compareceram à premiação. Assim, os organizadores decidiram conferir o prêmio ao terceiro colocado: Altemar Dutra, o "Trovador das Américas".
- Também em 1971, a produção do Troféu Imprensa, novamente em parceria com a revista Amiga, realizou o concurso anual "Rei e Rainha da Televisão Brasileira". A Amiga publicava um cupom permitindo que os leitores preenchessem com seus dados pessoais e votassem livremente nos artistas do sexo feminino e do sexo masculino que, segundo a opinião popular, devem ser os merecedores das coroas de ouro. A votação acontecia durante várias semanas, cujas parcias eram divulgadas tanto da revista Amiga quanto no Programa Silvio Santos, e os vencedores eram divulgados no penúltimo domingo de cada ano dentro do Programa Silvio Santos, durante a ocasião da escolha do "melhor calouro do ano", permanecendo assim até 1975. Os vencedores foram: Roberto Carlos e Vanusa (1971), Francisco Cuoco e Regina Duarte (1972), Wanderley Cardoso e Glória Menezes (1973), Silvio Santos e Sandra Bréa (1974), Tarcísio Meira e Suzana Vieira (1975) e Ronnie Von e Vanusa (1978).
- Na premiação de 1971, ocorre um fato interessante, e por três vezes. Segundo o regulamento da época, se um artista indicado for premiado por unanimidade receberia um troféu especial que se chamava "Troféu Imprensa Estrela de Ouro", permitindo que o segundo indicado mais escolhido pelo público nos questionários recebesse o prêmio principal. Isso aconteceu na categoria de Comentarista Esportivo, quando João Saldanha foi eleito pelo voto unânime do júri, permitindo que o vencedor oficial fosse Ruy Porto; de melhor Música do Ano, quando Construção de Chico Buarque de Hollanda também foi escolhido por unânimidade, o que fez a canção Amada Amante de Roberto Carlos a ficar com o prêmio oficial; e de Melhor Cantor, quando Roberto Carlos foi outro que conseguiu o voto de todos os jurados, fazendo com que Chico Buarque conquistasse a estatueta oficial. Em 1972, o fato se repetiu novamente: primeiro na categoria Revelação Masculina, quando Flávio Migliaccio (o Xerife da novela O Primeiro
Amor) foi escolhido pelo voto unânime e permitiu que o vencedor fosse o cantor e compositor Sérgio Sampaio (autor de Eu Quero é Botar meu Bloco na Rua); e depois na categoria de melhor Animador, quando Silvio Santos também foi escolhido por unanimidade no júri e permitiu que Chacrinha fosse também contemplado pelo Troféu Imprensa.
- No final de 1972, Silvio Santos tinha a idéia de fazer a entrega do Troféu Imprensa durante a exibição de uma novela no horário nobre ou nos intervalos de uma sessão de filmes de longa-metragem, dependendo dos índices de audiência da época. Porém, tal idéia não foi aproveitada e esquecida com o tempo.
- Em 1972, após o Troféu Imprensa ser duramente questionado pelos colunistas de todo o Brasil por causa dos prêmios conquistados pelo próprio Silvio Santos, o animador resolveu criar uma maneira para gerar expectativa em seu público e amenizar as críticas assim que seu nome fosse anunciado entre os indicados numa determinada categoria: o voto secreto, numa tentativa em mostrar aos críticos de plantão a imparcialidade e a honestidade da premiação e, por tabela, evitar o constrangimento involuntário dos jornalistas presentes. Cada jurado recebia uma cédula com a tarefa de marcar um "X" em um dos indicados e depositá-la numa urna especial. Somente no final do programa é que as urnas eram abertas e os votos eram contados um a um de acordo com a modalidade de votação. Desse modo, as colegas de trabalho e os telespectadores sabiam se Silvio foi ou não o vencedor de tal categoria. A votação secreta durou até 1976 e retornou na escolha dos melhores de 2015.
- O Troféu Imprensa de 1973 foi considerada a edição mais polêmica de todas. O presidente da Federação Nacional dos Jornalistas Profissionais Adriano Compagnolo havia proibido a participação dos presidentes de sindicatos filiados na cerimônia de votação, o que teria motivado o recrutamento de figurantes se passando por jornalistas. Um dos jurados se chamava Edison Vidigal, que participou do programa como presidente do Sindicato dos Jornalistas do Maranhão, que por sua vez era presidida oficialmente por Maria Genoveva de Aguiar Moraes Correa (que foi proibida de tomar partido do programa). Denúnicas da época diziam que Edison Vidigal nunca exerceu a função de jornalista, nunca trabalhou em um jornal de São Luís do Maranhão como também nunca presidiu sindicato algum.
- Ainda em 1973, Regina Duarte foi a escolhida pelo júri para receber o troféu, mas a então "Namoradinha do Brasil" abriu mão da estatueta em favor de Eva Wilma, por seu desempenho na novela Mulheres de Areia. No mesmo ano, a escolha do ator Lima Duarte como "Revelação Masculina" de 1973 foi controversa. Silvio Santos, na época, argumentou que "pelo fato de Lima Duarte ter trabalhado muitos anos na TV Tupi de São Paulo, ele é muito pouco conhecido em todo o Brasil. Sei que os críticos de São Paulo não vão concordar com as escolhas, mas é preciso que saibam que o Brasil não é só São Paulo".
- Em 1976, numa única oportunidade, foram elaboradas três perguntas ao corpo julgador do Troféu Imprensa, cuja resposta era livre de cada jurado, sem a tradicional lista de indicados mais votados nos questionários. Eis as perguntas com seu respectivos "vencedores":
Qual a figura nacional que mais projetou o Brasil no exterior? Presidente Ernesto Geisel
Qual o maior escritor brasileiro? Jorge Amado
No campo da ciência, quem trouxe mais glória sao Brasil? Dr. Euríclides de Jesus Zerbini
- Em 1976, pela primeira e única vez na história da premiação, uma atriz foi indicada ao Troféu Imprensa sem ter feito um trabalho sequer na televisão. Regina Duarte estava afastada da teledramaturgia e só voltaria a atuar depois de três anos e meio, em 1977, quando protagonizou a personagem-titulo da novela Nina. Pelo menos, o fato de tal indicação comprovou a lembrança dos telespectadores, que sempre tiveram peso maior nos questionários, de um artista que estava longe das câmeras naquele momento, no caso da então "Namoradinha do Brasil". Foi a partir de então que criou-se a seguinte regra de que os artistas só poderiam concorrer a estatueta desde que tivessem feito algum trabalho na televisão durante o ano.
- Mesmo indicado como melhor ator por ter feito um trabalho alguns anos antes que havia sido reprisado (a versão compacta da novela Selva de Pedra, que preencheu o vazio deixado na programação Global em virtude da censura da primeira versão de Roque Santeiro até Janete Clair preparar os primeiros capítulos de Pecado Capital), Francisco Cuoco havia feito um trabalho na TV em 1975, ele interpretou o personagem Mário Barroso da novela "Cuca Legal".
- Em meio a esse entra-e-sai de categorias, algumas delas foram criadas por Silvio Santos nas décadas de 70 e 80 quando começou a comandar a festa de premiação: Figura Mais Elegante, O Artista Mais Querido, Figura Mais Simpática, Figura Mais Bonita, Modelo de TV, Atração Musical Internacional, Longa-Metragem Exibido na TV, Momento Mais Marcante, Melhor Acontecimento Esportivo, Destaque do Ano, Personalidade do Ano e Emissora Preferida do Público.
- A partir de 1981, quando o Troféu Imprensa voltou a eleger os melhores após ausência de três anos, a seleção do corpo de jurados passou a ser feita pelo próprio Silvio Santos. Ele tem a sua disposição uma lista de jornalistas e colunistas segmentados em televisão, cujos nomes são acolhidos pela produção do programa, que mais se destacaram no ano que passou. Então, Silvio escolhe a dedo quais são os 10 jornalistas que devem participar da eleição dos destaques do ano e que, conseqüentemente, farão companhia no júri a Plácido Manaia Nunes (que por ser o criador do prêmio, era jurado vitalício do programa). Antes de começar a votação, Silvio diz aos jornalistas-jurados, já no palco, que estão livres para emitirem suas opiniões na hora de votar. Só que o assunto é polêmico pois muitos dos jurados escolhidos por Silvio ou trabalhavam em programas do SBT ou eram bem vistos pelo anfitrião por causa dos comentários elogiosos sobre o Programa Silvio Santos e a grade da emissora (o que
abria suspeitas de inibição e constrangimento de alguns jurados pelo fato de um dono de televisão comandar a votação, atitude tal que toda a direção do SBT é contra).
- Os jurados que mais estiveram presentes na escolha dos melhores do ano do Troféu Imprensa no SBT foram Sônia Abrão, Carlos Imperial, Ferreira Netto, Leão Lobo, Jorge Mascarenhas, Petrúcio Melo, Cinira Arruda, Alik Kostakis, Nelson Rubens, Décio Piccinini (que curiosamente ganhou três Troféus Imprensa como melhor jurado de TV em 1970, 1988 e 1989), José Armando Vanucci, Joyce Pascowitch, Otávio Mesquita, Amaury Jr., Cristina Padiglioni, Paulo Barboza e Eli Corrêa. Plácido Manaia Nunes, por ser o criador da premiação, tinha lugar cativo no corpo de jurados pois participou de todas as votações até a edição de 2004, quando foram escolhidos os melhores de 2003.
- Além das premiações convencionais, Silvio Santos abriu espaço para homenagear grandes artistas brasileiros premiando-os com o Troféu Imprensa Especial, uma premiação honorária pelo conjunto da obra. Eis a lista dos homenageados: Rodolfo Mayer (1983), Dionísio Azevedo (1984), Ronald Golias (1985), Isaurinha Garcia (1986), o palhaço Arrelia (1987), Luiz Gonzaga (1988), Nélson Gonçalves (1989), Tonico & Tinoco (1991) e Emilinha Borba (1994).
- Quando algum artista importante falecia no ano em que fossem conhecidos os premiados do Troféu Imprensa, o programa fazia questão de ser encerrado deixando uma pequena dedicatória a essas importantes personalidades brasileiras, o que às vezes fazia a homenagem ser imediata pouco antes da votação, o que explica essa "distorção" de datas: José Fernandes (1981), Márcia de Windsor (1982), Altemar Dutra (1983), Flávio Cavalcanti (1986), Chacrinha (1988), Mauro Gonçalves, o Zacarias de "Os Trapalhões" (1989), Antônio Marcos (1991), Carlos Imperial (1992), Ayrton Senna (1993), Tom Jobim (1994) e Plácido Manaia Nunes (2007). A premiação cometeu erros em não dedicar suas outras premiações a outras personalidades importantes falecidas na escolha dos melhores em seus respectivos anos: Antônio Carlos Bernardes Gomes, o Mussum de "Os Trapalhões" (1995), Tim Maia (1997), Leandro, da dupla Leandro & Leonardo (1998), Dercy Gonçalves (2008), Lombardi, locutor do Programa Silvio Santos (2009), Chico Anysio (2011), Hebe Camargo (2012), Luciano do Valle (2013), Roberto Gómez Bolaños "Chespirito", o criador do Chaves (2014), Marília Pêra (2015), Domingos Montagner (2016) e Marcelo Rezende (2017).
- Em 2000, nos créditos da abertura do Troféu Imprensa, ainda é exibido o logotipo da Rede Manchete, mesmo com sua falência em meados de 1999. Todavia, a emissora não concorreu ao prêmio.
- Também em 2000, com a popularização da internet, surgiu o Prêmio Internet, onde os internautas através do site do SBT e do portal Terra, em votação aberta, podiam escolher os destaques do ano. Silvio Santos, pra variar, foi quem mais ganhou o Prêmio Internet com 20 troféus, 12 como melhor animador ou apresentador de TV, três como melhor programa de TV (com Show do Milhão e Casa dos Artistas) e mais cinco como melhor programa de auditório (com o Show do Milhão e Programa Silvio Santos). Se somássemos os prêmios da votação popular com a votação principal, Silvio Santos teria 72 troféus, Hebe Camargo estaria com 32, Roberto Carlos com 29 e Chico Anysio com 27.
- Entre as temporadas 2001/2002 e 2005/2006, com exceção de 2003/2004 por não haver a premiação interativa, o Troféu Internet era composto por duas etapas de votação: na primeira etapa, que durava uma semana, os internautas votavam livremente e abertamente, sem cadastramento, quais foram os destaques do ano; na segunda etapa, após o sistema apurar automaticamente todos os votos, os internautas tinham que se cadastrar para participar de um "concurso cultural", fornecendo seus dados pessoais incluindo o e-mail e o número do CPF, para que, além de concorrer a computadores, DVDs e um automóvel, tinham que escolher, num prazo que variava de 30 a 60 dias, os melhores do ano numa lista com os três nomes mais escolhidos da primeira etapa em cada uma das 20 categorias disponíveis para votação, além de responder o que significava a sigla SBT para que o voto fosse computado. Os vencedores do "concurso cultural" eram divulgados no site do SBT. A partir da temporada 2006/2007, o Troféu
Internet passou a ser feito numa única etapa, permitindo apenas um voto por internauta. E na temporada de 2013/2014, a votação voltou a ser feita em duas etapas, também permitindo um voto por pessoa para evitar fraudes.
- O conjunto de categorias colocadas em votação a cada ano sempre foi muito instável, com categorias entrando e saindo ano após ano. Até 2014 (eleição dos melhores de 2013), nada menos que 86 categorias diferentes já foram votadas pelo menos uma vez na história do Troféu Imprensa! Apenas quatro categorias, porém, estiveram presentes em absolutamente todas as edições da premiação: melhor ator, melhor atriz, melhor cantor e melhor cantora.
- A edição do Troféu Imprensa que teve o maior número de categorias em toda a história foi a que escolheu os melhores de 1967 com 33 categorias. Por outro lado, as edições da premiação que tiveram o menor número de categorias foram as que escolheram os melhores de 1995, 1997, 1998, 1999, 2000, 2001 e 2002, nas quais todas elas tiveram apenas 12 categorias.
- Em reportagem publicada pelo caderno Ilustrada do jornal Folha de São Paulo em 21 de maio de 2005, Silvio Santos anunciou a possibilidade de terminar com o Troféu Imprensa. O animador fez o comentário ao corpo de jurados pouco antes de gravar o programa que escolheu os melhores de 2004. Ele planejava em, até o final de 2005, substituir o "Oscar da TV brasileira" pelo Prêmio Internet, criado em 2000 cuja escolha dos melhores do ano é feita exclusivamente por internautas, que incluiria novas categorias. A reportagem revelou também que o maior problema da premiação (até então) era a Rede Globo que, pelo fato de ter ganho a maioria dos troféus, não liberava nenhum de seus artistas de primeira grandeza a receber tal prêmio. Por causa disso, o SBT guarda num cofre cerca de 40 estatuetas avaliadas em R$ 400 cada uma. A mais antiga é a de 1991 reservada para Xuxa Meneghel por ter ganho a categoria de melhor programa infantil com o "Xou da Xuxa". Silvio chegou a dizer em algumas
premiações que "a única coisa que a gente troca é a plaquinha com o nome do vencedor porque com o tempo ela fica enferrujada e não dá nem pra ler o que está escrito".
- Em 2006, o Troféu Imprensa não foi apresentado pela primeira vez desde do triênio 1977-1978-1979. Em razão da dificuldade de conciliação de datas nas agendas do apresentador Silvio Santos e dos jornalistas convidados, a gravação da eleição foi marcada e adiada duas vezes. Após o terceiro adiamento, Silvio Santos decidiu cancelar definitivamente a gravação e com isso os melhores de 2005 jamais chegaram a ser escolhidos pelos jurados. Em conseqüência disso tudo, os vencedores do Prêmio Internet daquele ano acabaram também sendo contemplados com um exemplar do Troféu Imprensa. Na página da premiação interativa, após o encerramento do período de votação, havia o seguinte recado: "Encerradas as pesquisas com os internautas para os melhores do ano que receberão o Troféu Imprensa e o Troféu Internet."
- Em 2007, o programa Marília Gabriela Entrevista (do canal por assinatura GNT) foi indicado ao prêmio de melhor programa de entrevistas de 2006 e se tornou o primeiro programa exibido na TV por assinatura a ser indicado ao Troféu Imprensa. Três anos depois, o Marília Gabriela Entrevista foi novamente indicado e, ao vencer (empatado com o programa Altas Horas, da Rede Globo) a votação de melhor programa de entrevistas de 2009, tornou-se o primeiro programa exibido na TV por assinatura a conquistar a estatueta.
- Cordel Encantado foi a primeira produção das 18 horas da Rede Globo a ganhar o troféu de Melhor Novela. 15 títulos exibidos nesse horário já tinham concorrido ao troféu mas, apenas 30 anos depois da primeira indicação de uma novela dessa faixa (a versão original de Ciranda de Pedra em 1981), esse tabu foi quebrado.
- Por outro lado, Insensato Coração quebrou uma seqüência longuíssima de novelas das 20h/21h da Rede Globo sendo indicadas ao Troféu Imprensa. A última novela dessa faixa a não ser indicada havia sido O Fim do Mundo, exibida em 1996 (além de América, exibida em 2005 e não indicada pela simples razão de que naquele ano não houve o Troféu Imprensa).
- Além do troféu de Silveira Sampaio como melhor Comentarista Político de 1964, os jurados repetiram tal gesto de homenagem em 1996 (na escolha dos melhores de 1995) com o conjunto musical Mamonas Assassinas que morreram num acidente de avião em 2 de março. Como a votação foi exibida em 21 de junho, portanto 111 dias depois do desastre aéreo, o júri concedeu aos cinco rapazes de Guarulhos os prêmios de Revelação do Ano e de Melhor Música com o hit "Pelados em Santos", este último empatando com "Catedral" de Zélia Duncan. As estatuetas foram entregues aos familiares do grupo um ano depois.
- Na premiação de 2003, a produção do Troféu Imprensa decidiu não incluir a categoria de melhor Animador ou Apresentador de TV. O motivo alegado foi o polêmico episódio do Caso PCC (com a entrevista forjada de dois supostos integrantes da facção criminosa) que envolveu a equipe do Domingo Legal e o apresentador Gugu Liberato. Como o fato seria lembrado (e criticado) pelos jurados, e por tabela não deixar intimidado o animador Silvio Santos, foi decidido não incluir tal categoria nos questionários que selecionaram os indicados aos melhores daquele ano. Em conseqüência disso, a Rede Globo ganhou "sozinha" o Troféu Imprensa de 2003 conquistando 13 estatuetas, o que pode ser visto como uma homenagem involuntária ao jornalista e patriarca das Organizações Globo Roberto Marinho, que faleceu em agosto do mesmo ano. Do contrário, a produção do programa poderia ter lembrado em incluir a diluída categoria Animador ou Apresentadora que entrou em votação no triênio 1995-1996-1997 e o SBT poderia sim ser recompensado com uma possível vitória de Hebe Camargo para "roubar a cena" do predomínio Global.
- Desde a eleição dos melhores de 1980, quando o Troféu Imprensa voltou a ser realizado com regularidade no Programa Silvio Santos, o corpo julgador era composto por 11 pessoas que escolhiam e votavam naqueles que julgam a ser os melhores em cada categoria. Na escolha dos melhores de 2003, o número de jurados foi diminuído para 10 pessoas, ficando assim por 10 anos seguintes. E na escolha dos melhores de 2014, o júri voltou a contar com 11 membros da imprensa.
- Como o Troféu Imprensa é uma premiação que abrange principalmente a televisão do eixo Rio-São Paulo, as emissoras que, curiosamente, nunca ganharam o prêmio foram: TV Rio, TV Continental do Rio de Janeiro, TV Educativa do Rio de Janeiro (que mudou de nome para TV Brasil em 2007), CNT (que entrou no ar em 1992 como Rede OM Brasil até ser rebatizada no ano seguinte com o nome atual), TV Corcovado do Rio de Janeiro e TV Gazeta de São Paulo. Dessas, apenas Gazeta, TV Brasil e CNT ainda estão no ar.
Obs.: Texto de autoria de Egon Henrique Medeiros Bonfim