Pesquisas realizadas sobre a fórmula de disputa preferida do público:
1) Pesquisa Lance!/IBOPE (publicada em
08/10/1998)
abrangência: nacional
Opção | % |
Todos contra todos em pontos corridos | 33 |
Todos contra todos com finais em mata-mata | 32 |
Não sabe/não opinou | 35 |
2) Pesquisa Lance!/IBOPE (publicada em
05/04/2001)
abrangência: nacional
Opção | % |
Todos contra todos em pontos corridos | 59 |
Todos contra todos com finais em mata-mata | 28 |
Não sabe/não opinou | 13 |
3) Pesquisa Folha de São Paulo/DataFolha (publicada
em 09/11/2003)
abrangência: cidade de São Paulo
Opção | % |
Todos contra todos em pontos corridos, com 24 times | 25 |
Todos contra todos em pontos corridos, com menos times e menor duração | 9 |
Todos contra todos com finais em mata-mata | 37 |
Outros | 1 |
Não sabe/não opinou | 28 |
4) Pesquisa Lance!/IBOPE (publicada em
07/10/2004)
abrangência: nacional
Opção | % |
Todos contra todos em pontos corridos | 28 |
Todos contra todos com finais em mata-mata | 12 |
Mata-mata puro (como na Copa do Brasil) | 6 |
Todos contra todos com uma final entre os campeões dos cada turno | 23 |
Não sabe/não opinou | 30 |
5) Pesquisa Folha de São Paulo/DataFolha (publicada
em 15/10/2004)
abrangência: cidade de São Paulo
Opção | % |
Todos contra todos em pontos corridos, com 24 times | 28 |
Todos contra todos em pontos corridos, com menos times e menor duração | 7 |
Todos contra todos com finais em mata-mata | 32 |
Outros | 2 |
Não sabe/não opinou | 30 |
6) Pesquisa Folha de São Paulo/DataFolha (publicada
em 03/01/2005)
abrangência: nacional
Opção | % |
Todos contra todos em pontos corridos | 34 |
Todos contra todos com finais em mata-mata | 34 |
Não sabe/não opinou | 32 |
RESUMO:
Pesquisa | % de apoio aos Pontos Corridos |
% CONTRA
OS PONTOS CORRIDOS |
1) Lance!/IBOPE (08/10/1998) | 33 | 32 |
2) Lance!/IBOPE (05/04/2001) | 59 | 28 |
3) Folha/DataFolha (09/11/2003) | 34 | 38 |
4) Lance!/IBOPE (07/10/2004) | 28 | 41 |
5) Folha/DataFolha (15/10/2004) | 35 | 34 |
6) Folha/DataFolha (03/01/2005) | 34 | 34 |
Observações importantes sobre essas pesquisas:
I) Em todas as pesquisas realizadas, há uma parcela dos entrevistados que realmente têm convicção de sua preferência pelo sistema de pontos corridos e que seria capaz de apresentar argumentos consistentes para justificar sua opinião. Porém, sem a mais remota dúvida, há também uma parcela considerável dos entrevistados que, ao responderem a favor dos pontos corridos, o fizeram simplesmente repetindo, de forma irrefletida, o que se ouve (ou se lê) na imprensa. Sabe-se que muitos jornalistas esportivos insistem em rotular a preferência pelos pontos corridos como "certa" e a preferência por outros sistemas como "errada". E é um fenômeno extremamente conhecido entre os estatísticos o fato de os entrevistados freqüentemente abrirem mão da sinceridade, preferindo responder o que acham que o entrevistador espera ouvir.
Percebam, por exemplo, que, dentre as pesquisas que oferecem apenas duas opções (pontos corridos e finais em mata-mata), o resultado sempre mostrou um "empate técnico" entre as duas correntes (vide as pesquisas 1, 3, 5 e 6). Esse perfil só apresentou diferenças em 2001, quando o contingente de apoio aos pontos corridos foi sensivelmente inflacionado pelo maciço clamor da imprensa esportiva por mudanças em razão do "fundo do poço" em que o futebol brasileiro se encontrava:
- O Campeonato Brasileiro estava inchado, com 28
participantes, em decorrência da Copa João Havelange
- A credibilidade das competições nacionais ainda sentia as
repercussões do não-rebaixamento do Fluminense em 1996, do Caso
Sandro Hiroshi em 1999 e da briga entre o Gama e a CBF em 2000
- A Seleção Brasileira vinha de uma seqüência de péssimas
atuações na Copa das Confederações, nas Eliminatórias e na
Copa América
- O volume de negociações de jogadores com o exterior começava
a crescer assustadoramente
Assim, comparando os números das três primeiras pesquisas, podemos identificar claramente o fenômeno ocorrido em 2001: grande parte daqueles torcedores que não tinham opinião formada ("não sabe/não opinou") foi "contaminada" pelo clamor da imprensa e se declarou favorável aos pontos corridos. Aliás, tão forte foi esse clamor que até um pequeno contingente dos defensores das finais em mata-mata também passou a se declarar favorável aos pontos corridos!
na 1ª Pesquisa (1998): | com os clamores maciços da imprensa: | e na 2ª Pesquisa (2001): |
Finais em Mata-Mata: 32% | 28% continuaram favoráveis às finais em Mata-Mata | Finais em Mata-Mata: 28% |
4% migraram para os pontos corridos | Pontos corridos: 59% | |
Pontos corridos: 33% | 33% continuaram favoráveis aos pontos corridos | |
NS/NO: 35% | 22% migraram para os pontos corridos | |
13% continuaram não sabendo ou não opinando | NS/NO: 13% |
Naturalmente, após os clamores supracitados voltarem às suas dimensões normais, aqueles torcedores indecisos outrora "contaminados" voltaram à sua posição "não sabe/não opinou". E mais: após o sistema de pontos corridos ter sido adotado no Campeonato Brasileiro e os torcedores sentirem na própria pele as conseqüências desse sistema, a proporção entre as duas correntes não só não tardou a reestabelecer o padrão do "empate técnico", como registrou até uma pequena migração de ex-defensores dos pontos corridos para o apoio às finais em mata-mata:
2ª Pesquisa (2001): | com o volta do comportamento
da imprensa ao normal e com a adoção do sistema de pontos corridos no Campeonato Brasileiro: |
e na 3ª Pesquisa (2003): |
Finais em Mata-Mata: 28% | 28% continuaram favoráveis às finais em Mata-Mata | Finais em Mata-Mata: 38% |
Pontos corridos: 59% | 4% voltaram a preferir as finais em Mata-Mata | |
6% migraram para as finais em Mata-Mata | ||
34% continuaram favoráveis aos pontos corridos | Pontos corridos: 34% | |
15% voltaram a não saber ou a não opinar | NS/NO: 28% | |
NS/NO: 13% | 13% continuaram não sabendo ou não opinaram |
Notem também que ao oferecer apenas duas opções aos entrevistados (pontos corridos versus finais em mata-mata), a maioria das pesquisas provoca uma restrição irreal sobre a gama de todos os sistemas possíveis, não permitindo, por exemplo, que o entrevistado se manifeste favorável a um campeonato disputado por todos contra todos na primeira fase, classificando-se os quatro primeiros para disputar o título em um quadrangular final. Tal restrição acaba levando o simpatizante de outros sistemas (como o exemplificado acima) a migrar para outras respostas e a mascarar os reais índices de preferência por cada fórmula de disputa: vejam que, das quatro pesquisas realizadas desde 2003, a única que não seguiu o padrão do empate técnico foi também a única a fornecer ao entrevistado outras opções além das finais em mata-mata e dos pontos corridos. Confrontando as duas últimas pesquisas de abrangência nacional (4ª e 6ª), podemos perceber claramente como a real correlação de forças entre defensores e opositores dos pontos corridos é muito diferente daquela que a maioria das pesquisas faz parecer e em que a maioria dos jornalistas esportivos quer acreditar:
4ª Pesquisa (07/10/2004): | sendo: | 6ª Pesquisa (2005): |
Finais em Mata-Mata: 12% | real contingente de defesa das finais em mata-mata: 12% | Finais em Mata-Mata: 34% |
Outras fórmulas de disputa: 29%* | preferem as finais em mata-mata aos pontos corridos: 22%* | |
preferem os pontos corridos às finais em mata-mata: 6%* | Pontos corridos: 34% | |
Pontos corridos: 28% | real contingente de apoio aos pontos corridos: 28% | |
NS/NO: 31%* | real contingente de não sabe/não opinou: 31% | NS/NO: 32%* |
* Obs: 1% dos adeptos das outras fórmulas migra para o grupo "não sabe/não opinou" quando a pesquisa se restringe às opções "finais em mata-mata" e "pontos corridos".
Como ainda existem muitas opções possíveis além das quatro fórmulas mencionadas na pesquisa de 07/10/2004, não devemos nos esquecer de que, dentre os 28% do "real contingente de apoio aos pontos corridos" e os 31% do "real contingente de não sabe/não opinou", certamente há adeptos dessas outras fórmulas que só integraram esses contingentes por não poderem optar por sua fórmula predileta. Assim, chegamos à seguinte conclusão: