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Terça-feira, 21 de setembro de 1999
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Vasco e Paraná brigam na Justiça
Flu tenta evitar incêndio
Técnico convoca seleção sexta-feira
Uma vitória que pode tirar o atraso
Enfim, o bicho chegou ao Botafogo
Mudanças depois do fiasco
Trinidad já pensa até em revanche
Cuba resiste e nega punição a Sotomayor
Rio deve ganhar Indy Lights em 2000


Vasco e Paraná brigam na Justiça

Time paranaense pode ganhar o jogo por 1 a 0

LUIZ AUGUSTO NUNES E RICARDO CALAZANS

Foto de Evandro Teixeira
[Treino do Vasco]

Vasco e Paraná vão prosseguir nos tribunais a disputa pelos três pontos no jogo de domingo passado, interrompidos aos 42min do segundo tempo, com o placar de São Januário registrando empate em 1 a 1. A batalha jurídica será travada a partir da entrega da súmula, que o juiz Paulo César de Oliveira deve fazer hoje à Federação Paulista de Futebol - num prazo de 48 horas será enviada à CBF, embora a entidade já saiba de seu conteúdo - e que, se relatar a interrupção do jogo por falta de garantia, deverá tirar os três pontos do Vasco e decretar o Paraná vencedor por 1 a 0.

A possibilidade da perda de pontos, admitida pelo vice-presidente da CBF, Alfredo Nunes, está prevista no Regulamento Geral das Competições Organizadas pela CBF, no seu Capítulo IV, artigo 14, parágrafo 3°, inciso 2: "Se a partida estiver empatada, a associação que houver dado causa à suspensão será declarada perdedora, pelo escore de um a zero (1 x 0)."

O Vasco pode também perder o mando de campo, o que está previsto no artigo 299 do Código Brasileiro Disciplinar de Futebol, e o vice-presidente de Futebol, Eurico Miranda, suspenso de 30 a 60 dias, se for incurso no artigo 335 do mesmo Código, por ter invadido o gramado.

A súmula da partida e o relatório do juiz serão as peças em que vão se basear os departamentos jurídicos dos clubes. O Paraná já contratou o advogado Valled Perry para representá-lo e seu presidente, Dilso Rossi, esteve ontem na sede da CBF reafirmando que vai lutar pelos três pontos. "A legislação nos dá esse direito."

O Vasco, por sua vez, entrará hoje com uma representação no tribunal da CBF pedindo punição para Paulo César de Oliveira e o afastamento do presidente da Comissão de Arbitragem, Armando Marques. "Ele foi precipitado ao encerrar a partida, não consultou o policiamento para saber se havia ou não segurança - e havia. Com isso, prejudicou até mesmo o Paraná, que poderia ganhar o jogo", disse o vice jurídico do Vasco, Paulo Reis. Em São Januário, jogadores e comissão técnica defenderam a invasão de campo de Eurico Miranda. "A intenção dele foi acalmar a torcida. Antes que os torcedores perdessem a cabeça, ele foi conversar com o juiz", disse Juninho. Os jogadores também disseram que o Vasco vem sendo perseguido pelas arbitragens. "Se eu fosse torcedor, entrava em campo e arrebentava aquele neguinho", afirmou Donizete, em referência ao juiz.

Além de uma batalha jurídica, o confronto entre os dois clubes poderá se transformar numa queda de braço política. Prevendo que o prestígio de Eurico Miranda junto ao presidente da CBF, Ricardo Teixeira, possa prevalecer, o presidente da Federação de Futebol do Paraná, Onaireves Moura, esteve também ontem na sede da entidade. "Força por força, o Paraná também tem", disse.

Juiz - Paulo César de Oliveira, que poderá ser suspenso pela Comissão de Arbitragem, reuniu-se ontem com o presidente da Comissão, Armando Marques. O juiz permaneceu no Rio depois da partida, para fazer exames de avaliação física hoje pela manhã como árbitro da Fifa. Paulo César foi lacônico sobre a confusão ocorrida em São Januário. "Nada a declarar", repetia a todo instante, mesmo quando cercado pelos repórteres na Avenida Rio Branco. Da sede da CBF, o juiz atravessou a rua até o Hotel Guanabara, onde está hospedado, sob os gritos de "ladrão", quando era reconhecido pelas pessoas.

Na sede da CBF, onde permaneceu o tempo inteiro trancado em sua sala, Armando Marques ameaçou agredir o repórter-cinematográfico da TV Globo Humberto Borges. O presidente da Comissão também nada quis declarar, mas sabe-se que não vai pedir demissão do seu cargo.

Um juiz sempre polêmico

EUGENIO GOUSSINSKY
Especial para o JB

SÃO PAULO - A partida entre Vasco e Paraná, encerrada aos 42 minutos do segundo tempo, depois que o dirigente Eurico Miranda entrou em campo, contestando três expulsões, não é a primeira em que o árbitro Paulo César de Oliveira causou polêmica. Em São Paulo, mesmo em início de carreira, o árbitro de 28 anos sempre foi considerado disciplinador, que não admite interferências em seu trabalho. A prática de distribuir cartões é comum na carreira de Paulo César, apontado como uma das maiores revelações do apito nacional.

Em 20 de junho deste ano, na final do Campeonato Paulista, quando os jogadores de Corinthians e Palmeiras participaram de um conflito generalizado, foi ele quem tomou a decisão de encerrar a partida antes dos 40min da etapa final. No mesmo campeonato, marcou um pênalti a favor do Palmeiras, que jogava contra o São Paulo, e os sãopaulinos não se conformaram, alegando que o atacante Euler se atirou na área.

Em uma das partidas entre Corinthians e Palmeiras pelas quartas-de-final da Taça Libertadores, foi acusado pelos corintianos de deixar de marcar um pênalti em Edílson.

Mesmo assim, Paulo César não se abalou com as pressões e procurou não dar declarações em cada uma de suas decisões. Desta vez, após sair escoltado de São Januário, usou o mesmo critério. "Ele não costuma fazer comentários, nem quando é insistentemente acusado. É o jeito dele, não é nem por causa da determinação da Comissão de Arbitragem", disse Flávio de Oliveira, irmão de Paulo César.

Ricardinho e Edílson retornam

Mais uma má notícia para o Vasco: o meio-campo Ricardinho e o atacante Edílson devem reforçar o Corinthians na partida de amanhã, contra o Vasco, no Pacaembu, pelo Brasileiro. O meia, que se recupera de uma contusão muscular na coxa esquerda, era a principal preocupação do departamento médico, mas surpreendeu com sua recuperação e deve atuar. Já o atacante Edílson, que sofreu uma entorse no tornozelo esquerdo no clássico com o Palmeiras, também deve reaparecer na equipe. Mesmo sem atuar no fim de semana, o Corinthians manteve a liderança da competição, com 24 pontos em 10 jogos.

Quem vai ao Pacaembu?

Lopes ainda não sabe que time
escalar amanhã contra o Corinthians

Além das contusões, o técnico Antônio Lopes está se acostumando a lidar com outro problema para escalar o time do Vasco: os cartões vermelhos. Nos últimos três jogos, foram seis os jogadores expulsos - Fabiano Eller contra a Ponte Preta, Paulo César e Gilberto contra o Guarani e Juninho, Alex Oliveira e Mauro Galvão contra o Paraná. Com isso, ontem à tarde o treinador ainda não sabia que time pôr em campo amanhã, no Pacaembu, no jogo contra o Corinthians. "O Vasco tem sido redondamente prejudicado este ano, mas o time é experiente, os jogadores estão acostumados a essas situações. Temos amplas condições de derrotar o Corinthians lá", disse o técnico.

A confiança de Lopes é fundamentada no bom futebol que sua equipe apresentou na partida contra o Paraná. "O Vasco está melhorando. O segundo tempo contra o Paraná mostrou um time mais objetivo. O Felipe entrou muito bem e o Edmundo, praticamente curado da lesão no pé, voltou a jogar como antigamente. Fez um gol e poderia ter marcado mais dois. O Mauro Galvão também esteve bem ontem (domingo), e Juninho e Ramon já vinham fazendo boas partidas. O Vasco vai voltar a fazer grandes jogos e ser o que era antes", afirmou o treinador.

No lugar de Mauro Galvão entrará Geder, que jogou praticamente todas as partidas do Brasileiro até agora, ao lado de Odvan. Os problemas no meio de campo, porém, são mais difíceis de resolver. "Vou esperar o departamento médico me dar o diagnóstico de Nasa e Ramon para definir o time", explicou. Para alívio do treinador, os dois jogadores deverão ter condições de jogo amanhã, segundo informou o médico Fernando Mattar. "Hoje (ontem) eles fizeram todo o treinamento programado e não reclamaram de nada, mas ainda temos que ver como eles reagirão ao treino de amanhã (hoje)", disse o médico. Nasa, que sofrera um estiramento na coxa direita na partida contra o Vitória, está curado da lesão, e só não entrou em campo domingo porque ainda não sentia confiança. O caso de Ramon é parecido. "Ele sofreu uma pancada na panturrilha direita durante um treino, semana passada, e o local ficou dolorido. Fez exame e não constatou nada no local, mas foi vetado para o jogo contra o Paraná porque sentia desconforto, estava inseguro", completou Mattar.

Se Nasa e Ramon são dúvidas, a presença de Felipe em campo contra o Corinthians é certa. "Ele pode até começar jogando", disse Lopes. O ex-lateral e agora meio-campo, mesmo fora de forma, está disposto a colaborar. "Infelizmente, o Lopes não consegue dar seqüência ao trabalho, porque quando os jogadores não estão fora por contusão, estão por causa de cartão. Mas não temos que pensar nisso e sim em buscar os pontos para garantir nossa classificação", disse. (R.C.)


[21 de setembro][
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Flu tenta evitar incêndio

Fischel avisa que mau resultado
hoje implicará mudanças nas Laranjeiras

EUSÉBIO GALVÃO

A derrota para um time que jogou com 10 jogadores desde os 20 minutos do primeiro tempo acendeu um sinal de alerta no Fluminense. O time enfrenta o Dom Pedro - o time dos bombeiros - preocupado em não deixar que o clube pegue fogo. Uma derrota ou até um empate acendem o pavio do presidente David Fischel e quando ele explodir mudanças vão acontecer. Caso aconteça mesmo a intervenção de Fischel, o único que tem seu lugar garantido é o técnico. "Mudo alguma coisa com certeza, mas mantenho o Parreira. Prefiro pecar por ação que por omissão", afirma o presidente, sempre lembrando que - como presidente - é o responsável por tudo que acontece no clube.

O técnico Carlos Alberto Parreira reuniu os jogadores no vestiário após o jogo de sábado para exigir mais empenho. Os jogadores permaneceram no recinto mesmo depois da partida do treinador e fizeram um pacto de vitória. Resta agora ver se tudo isso vai adiantar. O primeiro teste é hoje, às 19h, no estádio Mané Garrincha, em Brasília (o Sportv transmite). Com nove pontos em cinco jogos, o time pode chegar com a vitória à vice-liderança do grupo D - ainda que provisoriamente.

O teor da conversa entre Parreira e os jogadores é simples. O técnico exigiu seriedade de sua equipe. Diz Parreira que o time muitas vezes é dispersivo. E foi justamente essa falta de atenção que custou caro no sábado. O Fluminense esteve duas vezes na frente no placar, mas no fim das contas deu Goiânia 4 a 3. "Temos que ser mais determinados em campo. Não podemos vacilar." O técnico faz questão de dizer que não entrega o cargo. "Mais que todo mundo eu quero ganhar."

O time para hoje é diferente do de sábado. Na zaga há a volta de Mano, no lugar de Edmar. No ataque, Roni sai por contusão - a entrada dura que sofreu de Peta o tirou desta partida e provavelmente do jogo de sábado, contra o Anapolina. Ao lado de Magno Alves, Parreira escalou Róbson, titular no início do campeonato. E no meio campo há a aguardada estréia de Arinélson. "Vou fazer tudo que o professor pedir, quero render para o grupo", diz. A expectativa é se o apoiador vai suportar os 90 minutos. "Nada melhor que uma seqüência de jogos para recuperar ritmo de jogo." A camisa 10, que um dia Rivelino vestiu em tempos de glória do clube, agora será dele. "Espero encarnar o espírito dele."


[21 de setembro][
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BRASIL X HOLANDA

Técnico convoca
seleção sexta-feira

O técnico da Seleção Brasileira, Wanderley Luxemburgo, anuncia sexta-feira os jogadores que participam do amistoso com a Holanda, dia 9 de outubro. A convocação será às 11h, no Hotel Meridién. O jogo será no Estádio Arena, em Amsterdam, às 16h30 (horário de Brasília). Brasil e Holanda já jogaram duas vezes em 99: houve empate de 2 a 2, em Salvador (5/6) e vitória brasileira de 3 a 1, em Goiânia (8/6).


[21 de setembro][
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Uma vitória que pode tirar o atraso

Com Caio, Fla enfrenta Colo-Colo de
olho nos US$ 400 mil pela classificação

PEDRO MOTTA GUEIROS

Foto de Nilton Claudino
[Caio]

Vale quase o mês inteiro de trabalho uma vitória do Flamengo sobre o Colo-Colo, hoje, às 21h40, no Maracanã, pela Copa Mercosul - o Sportv transmite. Com os três pontos, o rubro-negro praticamente garante vaga às quartas de final da competição, o que renderá US$ 400 mil para cada participante. A quantia representa quase a folha salarial dos profissionais (em torno de R$ 850 mil), que ainda não receberam os meses de julho e agosto. O clube está viabilizando um empréstimo bancário de R$ 900 mil para deixar as finanças em dia. Os jogadores, entretanto, não falam publicamente sobre o atraso. Em preleções, o superintendente Gilmar Rinaldi orienta que "os atletas devem se sentir parceiros do contrato com a ISL", a ser assinado até novembro.

É um jogo para pagar dívidas, até com as arquibancadas. O técnico Carlinhos vai lançar Caio, o xodó da torcida, no lugar de Leandro Machado, que não marca há nove jogos. As evidências da barração surgiram no coletivo de sábado e praticamente se confirmaram ontem, quando Leandro deixou o treino recreativo com dores no tornozelo. Mas diante do habitual mistério do técnico Carlinhos, qualquer previsão pode ser prematura.

"A gente só fica sabendo da escalação na preleção, cerca de duas horas antes do jogo. Já me acostumei a ir dormir na véspera com essa incerteza. É a maneira do Carlinhos trabalhar", disse Caio. "Se você está numa guerra, não vai dizer para o inimigo como irá atacá-lo", justifica o técnico. "Já nem fico mais ansioso se vou jogar ou não", conforma-se o meia Rodrigo Mendes. "É bom saber antes, mas o mistério também ajuda a manter 18 jogadores preparados, cuidando do sono e da alimentação", acrescenta o volante Marcelo.

Carlinhos não vê problema em sacar Leandro Machado, embora o jogador tenha sido o maior investimento da atual diretoria, que acertou a compra do jogador, junto ao Sporting, de Portugal, por US$ 5 milhões. "Não temos titulares absolutos, são 18 em condições de entrar."

O Flamengo, que ainda enfrentará o já eliminado Universidad do Chile, no Rio, está na terceira posição do Grupo E, com seis pontos. Olimpia e Colo-Colo, com nove e sete pontos respectivamente, terminam a primeira fase se enfrentando no Paraguai. Passam às quartas os primeiros de cada um dos cinco grupos, além dos três melhores segundos colocados. "A vitória hoje é importantíssima, porque nos dará tranqüilidade para pensar só no Brasileiro. A torcida precisa comparecer e sufocar o adversário, como acontece com a gente fora de casa", convoca o meia Leandro Ávila.

Beto nega saída por indisciplina

Beto pediu para ficar de fora novamente, como já havia feito no jogo contra o São Paulo. O jogador, que faltou a um treino na véspera daquela partida, nega que esteja saindo do time por problemas disciplinares. "Se fosse por ter faltado, o Romário também estaria fora do time", justificou Beto, que ainda sente dores na coxa esquerda e só deve ser aproveitado no segundo tempo. "Mais difícil seria atender a um jogador quer pede para jogar. Claro que a gente tenta conversar e descobrir o problema de quem pede para sair. Mas se for insolúvel só nos resta respeitar", disse Carlinhos.

Beto levou uma pancada há um mês, contra o Sport, e seguiu jogando. A musculatura se enrijeceu, criou um caroço, que o impede de se movimentar normalmente. "Para domingo (contra o Vitória, no Maracanã) já estou de volta. O meio de campo sou eu e mais três", escalou-se.

Testes - Terminou a calmaria no departamento médico do clube. Clêmer, com o indicador da mão direita inchado, faz teste antes do jogo. Leonardo Inácio, com dores na virilha, e Jorginho, no púbis, só devem ter condições para domingo. Iranildo, com dores musculares, e Célio Silva, estiramento, devem esperar mais. Athirson e Luís Alberto estão suspensos por terem sido expulsos, na derrota para o Olimpia por 3 a 1.


[21 de setembro][
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Enfim, o bicho
chegou ao Botafogo

Para jogadores, o dinheiro não é tudo, mas é bom

CAIO CASTRO LIMA
Especial para o JB

Para os jogadores do Botafogo o mais importante é afastar o time do rebaixamento. Com a vitória de sábado, essa vontade aumentou ainda mais. "Depois de uma vitória, as coisas boas começam a acontecer", declarou o zagueiro Jorge Luís. Mas eles não esperavam contar com uma motivação que foi muito bem-vinda em Caio Martins, embora os próprios jogadores insistam em dizer que não há nada que os faça perder a concentração nesse momento, nem a falta do tão querido dinheiro: após quatro meses sem vencer, o bicho reapareceu no clube. No fim do treino de ontem à tarde, o vice-presidente do Botafogo, Carlos Augusto Montenegro, enviou aos atletas 14 cheques, cada um no valor de R$ 2 mil. Foi esse o prêmio pela conquista dos três pontos fora de casa.

Antes do início do Campeonato Brasileiro ficara estipulado que os jogadores alvinegros só receberiam o bicho caso a equipe estivesse classificada entre os oito clubes que disputarão a próxima fase. Como se classificar é impossível, Montenegro resolveu dar esse incentivo a mais pelas vitórias. E contra o Juventude, amanhã, no Maracanã, em caso da conquista de mais três pontos, mais R$ 2 mil. Esse é um prêmio extra, já que a vitória em casa só vale R$ 1mil. Mas para o vice-presidente a partida contra a equipe gaúcha é encarada como uma revanche da final da Copa do Brasil. Por isso, os ingressos custarão R$ 5, o preço da geral será R$ 1 e mulher não paga.

Agora que o bicho está pegando no Botafogo, o que os jogadores farão com ele? "Eu tenho puxado o extrato bancário e só vejo o dinheiro sair. É sempre bom receber uma grana extra. Vou ajudar em casa e aplicar no banco. A vida de jogador é curta, temos que guardar", contou Darci, que não jogou os 90min, mas recebeu o dinheiro. "Com esse dinheiro vou pagar as contas. O pagamento está atrasado e tenho que colocar tudo em dia", comentou Reidner. "O bicho faz parte do futebol. O que vier de bom é sempre bem-vindo", disse Jorge Luís. "Sempre é bom receber um prêmio assim. Eu não farei nada de especial com esse dinheiro. Sou bastante moderado. Vou deixá-lo no banco, para dar uma acumulada", disse Sérgio Manoel.

Com o dinheiro no bolso, todos trataram de deixar claro que não estão motivados apenas pelo bicho. "Não somos mercenários. Além de qualquer coisa o importante é que estamos motivados", continuou Darci. "O dinheiro não é a preocupação. É apenas uma motivação. Com a vitória de sábado mostramos do que somos capazes", afirmou Reidner. "Eu abro mão de qualquer valor para estar feliz. Não há dinheiro no mundo que pague a vitória de sábado. Teremos a tranqüilidade de volta", afirmou Sérgio Manoel.

A hora da revanche

Vencer o Juventude será a vingança da Copa do Brasil

A partida de amanhã, contra o Juventude, às 20h30, no Maracanã, será, para alguns, uma espécie de revanche da final da Copa do Brasil, quando os alvinegros empataram com os gaúchos em 0 a 0. "Nós estamos com o Juventude entalado em nossas gargantas", declarou o vice-presidente de futebol do clube, Carlos Augusto Montenegro. O dirigente é endossado por Sérgio Manoel. "Essa partida tem uma pontinha de revanche sim. E o principal é mostrar determinação, que poderemos vencer outra e sair dessa situação", declarou o jogador, que atuou na final da Copa do Brasil. Para Reidner, o jogo não é só revanche. "É a partida chave. Um jogo de seis pontos. Por isso, jogaremos com cautela, sem pressa. Até a décima rodada jogamos com velocidade e nada deu certo", comentou o atleta, outro que esteve presente na partida contra o Juventude. Outros jogadores, como Rodrigo, não pensam em revanche. "O tempo não tem volta. O importante é encontrarmos um esquema tático definido. Agora cada um tem uma função em campo", disse.

Luta contra descenso

Botafogo precisa ganhar 21 pontos para
ter 97,3% de chance de ficar na Série A

O Botafogo venceu (1 a 0) o Santos, mas não foi dado pelos resultados do domingo. Os empates obtidos fora de casa por Ponte Preta e Paraná, além das vitórias de Guarani e Gama, voltaram a diminuir a chance do Botafogo de se salvar: agora, segundo a avaliação de Marcelo Arruda e Sérgio Wechsler, do Departamento de Estatística da USP, ela está avaliada em 20,2% (no sábado, havia alcançado 25%). Além disso, ganhando mais 19 pontos nos 10 jogos restantes, o alvinegro se livra do rebaixamento com apenas 93,3% de certeza (contra 98,6% sábado). Ganhando mais 21 pontos, e não 19, o Botafogo amplia esta certeza para 97,3% Todas estas projeções se modificam após cada rodada, ou mesmo após cada jogo realizado. Os jogos que restam: Juventude (22/9, c), Coritiba (25/9, f), Botafogo-SP (29/9, c), Paraná (6/10, f), Flamengo (10/10), Portuguesa (17/10, c), Grêmio (20/10, f), Gama (30/10, c), Palmeiras (6/11, f) e Guarani (10/11, c).


[21 de setembro][
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Mudanças depois do fiasco

Remo do Flamengo poderá ter campeão olímpico
e barcos alemães para tentar superar o Vasco

FABIO GRIJÓ

Mais difícil que perder o Campeonato Estadual de Remo para o rival Vasco foi agüentar a decepção de não vencer nenhuma das 11 provas disputadas na regata de anteontem, na Lagoa Rodrigo de Freitas. O vexame caiu como um balde de água fria na Gávea. Os vascaínos, que precisavam de apenas quatro vitórias, ganharam 10 provas (sete valendo pontos), enquanto a Escola Naval venceu a prova restante. Diante disso, o Flamengo já começou suas mudanças para tentar acabar com a hegemonia do Vasco - atual bicampeão estadual e brasileiro de remo - no próximo ano. Já está acertado que o técnico Alexandre Lavadeira será auxiliar-técnico da equipe em 2000. Um novo treinador será contratado.

"O Lavadeira foi muito criticado no início do ano, mas quem nós poderíamos trazer? Não tínhamos dinheiro para trazer alguém de fora. O Lavadeira trabalhou com o Buck (Guilherme Eirado, ex-técnico do Flamengo, morto em 1997) durante 15 anos e não ficaria tanto tempo se fosse incompetente. Acho o Lavadeira um excelente auxiliar, mas como técnico ele está defasado", diz o vice-presidente de remo do Flamengo, Wandir Kuntz. O problema de falta de dinheiro ainda é atual no remo rubro-negro. O vice-presidente, no entanto, já apresentou um projeto ao presidente Edmundo Santos Silva que sairá do papel caso a parceria do Flamengo com a ISL seja concretizada.

Esse projeto prevê a contratação de um remador com nível de campeão olímpico e a compra de barcos alemães Empacher, usados pelo Vasco desde o ano passado. "Nossa flotilha é de cinco a 10 segundos mais lenta que a deles (do Vasco). Nós temos um Stewart e eles, um McLaren. Este ano, nós sabíamos que seria difícil superar o Vasco, mas tudo estava saindo do jeito planejado. O domingo, porém, foi um dia de cão", afirma Wandir.

Os reforços não virão de São Januário, segundo o vice rubro-negro. Nem mesmo os remadores do Vasco que já vestiram a camisa do Flamengo serão chamados. "Nas categorias estreante e infanto não ganhamos nada. Tínhamos 40 alunos na escolinha contra 350 do Vasco. Mesmo os iniciantes são importantes na pontuação. Mas nossas maiores dificuldades são no sênior A e no peso leve", diz Wandir. "Peguei o remo daqui, no início do ano, desestruturado. Não tínhamos nem lancha para o treinador ficar na água. Hoje, nossos barcos são inferiores e não temos a mesma estrutura do Vasco."


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Trinidad já pensa
até em revanche

SAN JUAN - O super-homem voltou para casa. O pugilista Félix Trinidad, o Tito, que superou o americano Oscar de la Hoya na decisão do título unificado dos meio-médios no sábado, em Las Vegas (EUA), desembarcou ontem em San Juan. Para recepcioná-lo, uma multidão de 50 mil porto-riquenhos lotou as ruas de San Juan. E Trinidad já falou numa revanche contra De la Hoya. "Estou pronto para isso", afirmou o boxeador. O campeão mundial seguiu até o Parque Central, onde houve uma festa de comemoração pelo título de Trinidad. Com as comemorações, formou-se um gigantesco engarrafamento nas principais ruas da cidade.

Assim que o avião que trouxe Trinidad de Las Vegas apareceu no céu, a histeria começou nos corredores do aeroporto. "Tito, Tito, Tito!" foi o grito dominante até que o avião aterrissou em solo porto-riquenho. O boxeador saudou o público com uma brincadeira: vestiu o gorro do piloto. Em seguida, desceu pelo tradicional tapete vermelho. "Sou porto-riquenho de verdade. Estou supercontente. Está foi uma grande luta para mim. Sempre que estive em Porto Rico prometi a vitória e, agora, estou aqui para comemorar com vocês", disse Trinidad, diante da multidão.

Grupos musicais tocaram canções do folclore porto-riquenho. Trinidad, que se surpreendeu com a decisão dos juízes no combate, se mostrou emocionado com a homenagem. "Não há dúvida de que o melhor meio-médio do mundo é de Porto Rico. Não poderia ser campeão um homem que não lutou, mas correu", disse, apertando o pescoço de uma galinha. "Mas estou pronto para disputar uma revanche com De la Hoya", disse o campeão. O público que recebeu Trinidad só foi menor daquele que recepcionou o Papa João Paulo II, em 1984, em San Juan.


[21 de setembro][
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Cuba resiste e nega
punição a Sotomayor

HAVANA - Um impasse está tomando conta do caso Javier Sotomayor. Depois de ter sido detectada a presença de cocaína em seu exame antidoping e perder a medalha de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg, o atleta cubano está no meio de um fogo cruzado entre a Federação Cubana de Atletismo e a Federação Internacional de Atletismo (Iaaf). Sotomayor permanece sem participar de competições, mas não está suspenso oficialmente. A Iaaf espera a Federação Cubana suspender preventivamente Sotomayor para então julgar o caso e punir ou não o atleta. A Federação Cubana, no entanto, se nega a suspender o recordista mundial do salto em distância.

Os cubanos insistem na tese de que o exame antidoping feito em Sotomayor teria sido manipulado. A Federação local aceita a presença de cocaína, mas duvida da lisura dos procedimentos de análise. Para Cuba, trata-se de um complô político contra o país. Mas os caribenhos resistem. No último fim de semana, a Iaaf recebeu uma carta da Federação Cubana afirmando que não punirá Sotomayor, como exige a Iaaf. "Eles (a Federação Cubana) dizem que têm provas suficientes de que houve manipulação das amostras de urina. Vamos pedi-los que apresentem essas evidências", disse o porta-voz da Iaaf, Giorgio Reineri.

O presidente da Federação Cubana, Alberto Juantorena, campeão olímpico dos 400m e dos 800m em Montreal-76, afirmou que pretende manter o desafio à Iaaf apesar de o próprio Juantorena ser integrante do comitê executivo da Iaaf. Diante do desafio da Federação Cubana, que se recusa a suspender Sotomayor - recordista mundial do salto em distância -, o caso deverá parar na comissão médica da Iaaf, que deverá decidir as sanções a Javier Sotomayor independentemente da decisão da Federação Cubana.


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Rio deve ganhar
Indy Lights em 2000

Consórcio que administra autódromo de
Jacarepaguá negocia ainda a realização da Porsche Cup

As pistas do Autódromo Nélson Piquet, em Jacarepaguá, devem ganhar, no próximo ano, duas competições internacionais: a Indy Lights e a Porsche Cup. Os administradores do autódromo - os ex-pilotos Nélson Piquet, Emerson Fittipaldi e Paulo Júdice - estão negociando a realização dessas competições nas pistas cariocas. A Indy Lights é uma espécie de vestibular para a Fórmula Indy - reúne pilotos, em sua maioria, novatos, que está se preparando para a categoria de cima. A Porsche Cup, se confirmada no Rio, será realizada pela primeira vez num autódromo da América Latina.

Pelo planejamento da PPE - a empresa de Piquet, Emerson e Júdice, que administra o circuito de Jacarepaguá -, a Indy Lights será preliminar da corrida de F Indy, que será disputada num sábado possivelmente às 20h, A Indy Lights seria às 18h. A PPE negocia com uma empresa multinacional do ramo de iluminação e, quando o contato estiver fechado, a F Indy será confirmada no horário noturno. Ao mesmo tempo, os administradores do autódromo carioca negociam com os organizadores da F Indy para trazer a Indy Lights. A possibilidade de o Rio sediar a competição já em 2000 é grande, segundo os sócios da PPE.

Já a Porsche Cup será, segundo a PPE, disputada uma semana antes do carnaval. A competição deverá servir como abertura oficial do calendário de Jacarepaguá. Piquet e Júdice se reuniram com o Departamento de Competições da Porsche, pela primeira vez, um mês atrás, e apresentaram o projeto aos executivos da fábrica alemã. No último fim de semana, os sócios do autódromo carioca tiveram novo contato e estão confiantes no sucesso da empreitada.

A competição reunirá 20 carros modelo 959 Turbo, que serão alugados a pilotos brasileiros da categoria Turismo. Alguns nomes como Xande Negrão e Ingo Hoffman estão confirmados na prova. Piquet pode disputar a primeira etapa da Porsche Cup. A PPE ainda negocia a realização da primeira etapa do Sul-Americano de Superturismo no Rio, além de uma disputa, em cinco etapas, de provas de longa duração como a tradicional Le Mans, na Franca. (F.G.)


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