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MÁRCIO MARÁ
Foto de João Cerqueira
![[Treino do Botafogo]](esp2qua.jpg)
O clima no Caio Martins ontem, na reapresentação após a vitória de 2 a 1 sobre o Flamengo, a terceira seguida no Campeonato Brasileiro, foi bem diferente do que o Botafogo tem vivido. Apesar de o clube ainda flertar com o rebaixamento à Série B e todos saberem que precisam continuar vencendo, nota-se que os últimos resultados aumentaram a confiança. Para o técnico Antônio Clemente, um dos motivos da reviravolta está no lema A união faz a força. O novo sistema de pagamento de bichos mostra que o velho chavão de "o grupo está fechado" tomou conta do clube.
Quem joga, recebe 100% do prêmio. Quem fica no banco e não entra, leva 50%. Quem se concentra mas não é escalado para o banco de reservas fatura 25% da cota. E cada atleta desses três grupos desconta 5% do que recebe para caixinha aos que não vêm sendo aproveitados. "Isso aproxima o grupo", disse no treino de ontem pela manhã Antônio Clemente, que convoca 20 jogadores para a concentração, mesmo sabendo que só pode levar 18 para a partida. "Faço rodízio para um convívio maior entre eles."
Mudança - O vice-presidente de Futebol, Carlos Augusto Montenegro, comunicou que a partida contra a Portuguesa será no sábado, em Juiz de Fora, às 16h, e não domingo no Maracanã. O Botafogo perdeu o mando de campo por dois jogos por causa dos tumultos na partida contra o Internacional, no Caio Martins - já cumpriu um, contra o Botafogo-SP. "O Botafogo tem se portado bem fora de casa, e lá temos uma torcida muito grande, que vai nos apoiar", afirmou o dirigente, que espera na segunda-feira conseguir mais três pontos. O TJD vai julgar recurso do Botafogo que pede os pontos perdidos para o São Paulo sob a alegação de que o jogador Sandro Hiroshi estava com documentação irregular.
Segundo o Departamento de Estatística da Universidade de São Paulo (USP), a luta do Botafogo para não ser rebaixado continua inglória, pois precisa ganhar quatro pontos a mais que o Internacional em seus jogos restantes, além de ter de continuar à frente de Paraná, Juventude e Botafogo-SP por Índice de Rebaixamento Garantido. O Botafogo ainda vai jogar mais cinco partidas, enquanto o Inter atuará mais seis. O outro caminho para fugir da Série B é mais difícil. Precisa ganhar o dobro de pontos que o Gama conseguir mais 2. Classificação dos rebaixáveis: 1°) Botafogo-SP (0,667); 2°) Juventude (0,851); 3°) Paraná (0,855); 4°) Botafogo (0,964); 5°) Gama (1,000); 6°) Internacional (1,053).
Ele é pé-quente, pois esteve em campo nas três vitórias seguidas do Botafogo. Mas antes de brilhar em pleno Maracanã, domingo, contra o Flamengo, Luís Paulo Santos de Souza era um ilustre desconhecido. Atuando numa posição em que ninguém acerta no clube e que anda com carência de bons valores no Brasil - a lateral direita -, aos 22 anos, ele agora só pensa em se firmar no time. "Quero continuar no Botafogo."
Há pouco tempo, esse natural de Tocantins - do tempo em que a cidade que é hoje estado pertencia a Goiás - ficava diante da TV admirando as jogadas do tetracampeão Jorginho, e não imaginava pisar no mesmo palco do ídolo. "Quando cheguei, sozinho, fiquei um pouco assustado, o Rio é muito grande. Mas quem quer vencer não pode temer nada", disse Luís Paulo, que mora num hotel em Icaraí, Niterói, para ficar mais perto do Caio Martins.
Com contrato até o fim do ano, seu passe pertence aos empresários Reinaldo Pitta e Alexandre Martins (empresários de Ronaldinho) e Juan Figger. Antes de jogar no Rentista, do Uruguai, passou pelo Goiás, onde um belo dia foi notado pelo técnico Wanderley Luxemburgo na partida contra o Corinthians. Voluntarioso e forte na marcação, tem uma virtude que conquistou Antônio Clemente. Após o fim dos treinos, fica no campo 15 minutos treinando cruzamentos sobre a área, como o que fez no primeiro gol contra o Flamengo, marcado por Sandro. "Se o lance for rápido, quem treina leva vantagem", disse o lateral, que até segunda-feira estará na companhia da noiva Marina, que veio de Goiás. (M.M.)