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CAIO CASTRO LIMA
Especial para o JB
Foto de Evandro Teixeira
Segundo os jogadores do Botafogo, é o estresse que os tem atrapalhado. E para ajudá-los nesses momentos difíceis, já foi feito quase tudo. O engenheiro Evandro Motta, que dá palestras sobre melhoria de performance, já falou para o grupo por duas ocasiões - e hoje, deverá falar novamente para o jogadores, já que mora em Curitiba, local onde a equipe alvinegra enfrentará o Paraná, às 21h40 (as Redes Globo e Bandeirantes transmitem). Os botafoguenses continuam estressados e com medo. Portanto, o que eles têm feito para se acalmarem nesses tempos difíceis?
"Eu coloco na cabeça que tenho potencial, e assim, vou adquirindo confiança. Às vezes escuto música, tipo Zeca Pagodinho e Molejo", disse Darci. Outro que relaxa ouvindo música é Reidner. "Eu adoro MPB e sertanejo. Fico cantando e brincando com a minha filha Camila, de dois anos", contou. "Eu fico horas pensando nas coisas boas que já me aconteceram. Depois, vou ler algum livro", declarou Zé Carlos.
Auto-ajuda - As palestras já feitas por Evandro Motta, ao contrário de 95, quando o Botafogo foi campeão brasileiro, até agora não tiveram muito sucesso, mas os jogadores aprovam a idéia. "O Evandro trabalha muito com exemplos de determinação e força de vontade", afirmou Reidner. "Eu, particularmente, até leio livros sobre auto-ajuda. No momento estou lendo As sete leis espirituais do sucesso, livro que o Rodrigo me indicou. Estou na quinta lei. Já li também Não faça tempestade em copo d’água e A mágica de pensar grande", disse.
Após as reclamações do vice-presidente de futebol, Carlos Augusto Montenegro, a Comissão de Árbitros da CBF decidiu mudar o árbitro da partida de hoje. Saiu o gaúcho Carlos Eugênio Simon e entrou o goiano Antônio Pereira da Silva. A Comissão de Arbitragem informou que o motivo da mudança foi que Carlos Eugênio apresentou um atestado médico comprovando uma distensão muscular. "Seria o mesmo que eles colocassem o Paulo César Oliveira para apitar um jogo do Vasco assim que acabasse sua suspensão. Eles têm que respeitar a instituição Botafogo, pois nós temos poder sim", afirmou Montenegro.
Faltas - O Botafogo aposta nas faltas como uma das soluções para que os gols passem a acontecer. O treinador Antônio Clemente acredita no potencial de Sérgio Manoel, Jorge Luís, Sandro e Leandro Augusto para as cobranças com bola parada. "Eu estou tirando um pouco a curva e colocando mais força. Parece que tenho um controle remoto na mão. Se eu tiver uma chance, quem sabe?", disse Sérgio Manoel. "Eu tento tirar a bola dos jogadores mais altos da barreira. E dependendo da distância, a maneira de bater na bola muda", afirmou Jorge Luís. (C.C.L.)
Paraná: Régis; Wilson, Adilson, Milton do Ó e Branco; Hélcio, Pingo, Reginaldo Vital e Jorginho; Washington e Fernando Diniz. Técnico: Valdir Espinosa.
Botafogo: Wagner; Luiz Paulo, Sandro, Jorge Luis e Clávis; Reidner, Marcelinho Paulista, Rodrigo e Sérgio Manoel; Zé Carlos (Darci) e Valdir. Técnico: Antônio Clemente.
Local: Estádio Durival de Brito, em Curitiba. Horário: 21h40. Juiz: Carlos Eugênio Simon (RS), auxiliado por Claudemir Mafferssoni e Sérgio Roberto Machado (ambos de SC). A TV Globo transmite a partida.
EUSÉBIO GALVÃO
Não há mais tempo para tropeços, gols no final e derrotas. O Fluminense faz hoje, contra o Serra, às 20h30, em Cariacica, seu penúltimo jogo pela primeira fase da Série C e precisa de um bom resultado. O time está em quarto lugar no grupo D e ainda tem a chance de se classificar como um dos quatro melhores terceiros - o segundo lugar deve ficar com a Anapolina. Nessa briga ele luta diretamente contra o Vila Nova, que tem 15 pontos contra 12 do Flu. Os dois times se enfrentam sábado. O Fluminense, com o jogo de hoje, tem mais seis pontos a disputar e o Vila Nova, um. Por isso é importante para o Fluminense pontuar hoje. Nesse caso, uma vitória sábado classifica o time.
O meio-campo Válber acha que não cabem mais desculpas. "A torcida está fazendo sua parte. Nós jogadores somos bem pagos e estamos recebendo em dia." Atenção e calma, para Válber, é o que tem faltado ao time. "Tem jogador canhoto querendo chutar com a perna direita, não dá. Temos que fazer as coisas direito." No time, mudanças. O lateral-direito Paulo Cesar passa para a esquerda e Parreira lança Flávio na direita. Com isso Paulo Roberto fica de fora. O treinador também pode escalar Júlio César desde o início. Se isso acontecer, o mais provável é que o barrado seja Roger. O vice-presidente jurídico Luís Guilherme Barbosa entrou com um expediente administrativo ontem na CBF para provar que, de acordo com o regulamento da Série C, o Maracanã é campo neutro e por isso o Fluminense pode jogar lá mesmo tento perdido o mando de campo.
Parreira já disse que estatística não ganha jogo, mas ajuda a entendê-lo. E hoje, à luz da matemática, o Fluminense tem 49,6% de se classificar para a segunda fase. O cálculo é do professor Sérgio Weschsler, do Instituto de Matemática e Estatística da USP. Segundo o professor, o Fluminense é o time que menos tem chances de passar adiante no grupo D. O Serra, com 19 pontos, já está garantido. O Anapolina, com 14, tem 98,1% de possibilidades de seguir na posição. Em terceiro vem o Vila Nova, que apesar de ter apenas um jogo a fazer, tem 52,3% probabilidades. Em quarto o Flu, com seus 49,6%. Goiânia e Dom Pedro já estão fora. As possibilidades são as seguintes. Com 18 pontos o time está garantido. Com 16, tem 73,72% de chances. Com 14, apenas 0,33%. E com 13 está fora. Para o jogo de hoje, o Serra leva 22,7% de chances de vitória. O empate tem 61,8% de probabilidade e o Fluminense fica com os 16,5% restantes. Na outra partida do grupo, a Anapolina está com 43,5% de chances, 44,9% para o empate e 11,6%. Todas as etapas dos cálculos estão no site www.ime.usp.br/mlarruda/bras99.html. (E.G.)
Serra: Dirlei, Polaco, Silvério, Sergio Andrade e Carlinhos; Juninho, Agnaldo (Edson Garcia), Marquinhos e Joelson; Betinho e Índio. Técnico: Cosme Eduardo.
Fluminense: Diogo, Flávio, Emerson, Alexandre Lopes e Paulo César; Marcão, Válber, Yan e Arinélson; Robson e Roger (Júlio César). Técnico: Carlos Alberto Parreira.
Local: Estádio Engenheiro Araripe, Cariacica/ES. Horário: 20h30. Árbitro : Edilson Pereira de Carvalho (SP), auxiliado por Marcos Antonio Collodette e Jose Ricardo Linhares, ambos do Espírito Santo
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