TORCEDORES BRASILEIROS
CONTRA OS PONTOS CORRIDOS

Colunas assinadas por torcedores:

Abaixo os Pontos Corridos!!! (Márcio Ordacgi) - postada no blog Tédio Profundo em 10/11/2003

Já disse antes que esse campeonato brasileiro está muito chato. Não é pelo fato do Vasco estar mal das pernas e não sair de um estranho 17° lugar, mas sim pelo sistema de disputa. O campeonato por pontos corridos não atrai público. No início do campeonato (que tem 46 rodadas!), ninguém vai porque "os jogos ainda não valem nada". No meio do campeonato (a época com melhores públicos), só vão para o estádio as torcidas daqueles 7 ou 8 times que ainda têm chance real de disputar o título. No final, como podemos presenciar atualmente, só mesmo a torcida dos 2 times que ainda disputam efetivamente a alcunha de campeão. Nem mesmo a fuga do rebaixamento atrai muita gente, pois ninguém gosta de assistir o seu time indo pro buraco.

Aí vem aquela manjada alegação: "Mas tem a disputa pela vaga da Libertadores!" Balela. Nenhum torcedor dos grandes times do Brasil entra num campeonato torcendo para o seu time chegar em 5° e ir para a Libertadores. A cultura futebolísica em nosso país valoriza apenas uma coisa - e com razão - o título. Assim, como apenas Cruzeiro e Santos podem vencer, só essas torcidas comparecem aos estádios e ligam em massa suas TVs para assistir aos jogos. E tem mais. Já viu coisa mais chata que é o campeonato acabar com 2, 3 ou 4 rodadas de antecedência? Semana que vem, se o Cruzeiro ganhar e o Santos perder, o time de Minas é campeão com 3 rodadas de antecipação. E as outras? Ninguém vai assistir. E mesmo a torcida do Cruzeiro, imaginem que divertido: O Santos perde para o Fluminense na Vila Belmiro e o Cruzeiro ganha no Pinheirão do Paraná. É campeão. E a torcida? Ah, tá lá em Minas... E o estádio? Vazio, pq o Paraná não tá disputando mais nada... Que emoção...

Surge aquela outra frase pronta: "Mas na Europa é assim há anos e sempre funcionou." Claro, o futebol lá é totalmente diferente do daqui. Os campeonatos têm pouquíssimos clubes campeões, são sempre os mesmos. Há praticamente um monopólio, no máximo um oligopólio de clubes que vencem campeonatos. Aqui no Brasil, só para se ter uma idéia, desde que começou o Campeonato Brasileiro (1971), tivemos 32 campeonatos e 16 campeões. Na Europa é totalmente o oposto. Vejamos:

Desde 70-71 (mesmo tempo do campeonato brasileiro), 9 times ganharam o campeonato italiano:
Internazionale (3), Juventus (14), Lazio (2), Torino (1), Milan (7), Roma (2), Verona (1), Napoli (2) e Sampdoria (1). De 33 Campeonatos, Juventus e Milan ganharam 21.

Em Portugal, nem se fale...
Só Porto (14), Benfica (13) e Sporting (5) ganharam mais de 1 vez na história. O Boavista venceu apenas 1 vez, em 2000/2001. O Belenenses, o outro time que já venceu o campeonato de lá, só o fez em 1945/46! 3 Times para 32 campeonatos...

Na Inglaterra, os campeões desde 70/71 tb são 9:
Arsenal (5), Derby County (2), Liverpool (11), Leeds (2), Nottingham Forest (1), Aston Villa (1), Everton (2), Manchester (8) e Blackburn (1). Arsenal, Liverpool e Manchester ganharam 24 dos 33 títulos.

Na Espanha, foram campeãs 7 equipes:
Valência (2), Real Madrid (15), Atletico Madrid (3), Barcelona (8), Real Sociedad (2), Athletic Bilbao (2) e Deportivo La Coruña (1). Real Madri e Braça dominam, com 23 títulos em 33 possíveis.

Na França, a situação é a seguinte:
Olympique Marseille (7), Nantes (6), Saint-Etienne (4), Monaco (5), Strasbourg (1), Bordeaux (4), Paris S.G. (2), Auxerre (1), Lens (1) e Lyon (2) são os 10 vencedores dos 33 campeonatos. Certamente o campeonato mais "bem disputado" dentre os principais na Europa, já que cinco equipes ganharam 4 ou mais títulos, ou seja, 26 do total. Mesmo assim, a paridade nem se compara com a brasileira.

Ainda, na Alemanha os resultados são estes:
Borussia Mönchengladbach (4), Bayern de Munique (16), Köln (1), Hamburgo (3), Stuttgart (2), Werder Bremen (2), Kaiserslautern (2) e Borussia Dortmund (3) são os 8 campeões. Aqui o "monopólio" de títulos é patente. Quase metade dos 33 campeonatos foram vencidos pelo Bayern de Munique.

Somente para dar mais um exemplo claro do que falo, vamos falar do futebol holandês:
Feijenoord (5), Ajax (14), P.S.V. (13) e A.Z. '67 (1) são os únicos campeões desde 70/71, sendo que o Feijenoord só ganha esporadicamente e o A.Z. '67 (que eu nem sabia que existia) somente se sagrou campeão em 80/81.

Esses dados deixam mais do que explícito uma coisa. Se vc vive na Europa e torce para um dos "grandes", vc vai torcer para que seu time seja campeão todos os anos (como aqui) e como normalmente esses times ganham mesmo, os estádios ficam cheios do início ao fim da temporada (com o óbvio auxílio das vendas antecipadas, que seriam difíceis de ser implantadas aqui, justamente por causa do que será comentado no parágrafo abaixo). Se vc torce para um time mediano, vc sabe que seu time não vai ser campeão de jeito nenhum. Portanto, o melhor que vc pode conseguir é torcer pra ele chegar em 6° e garantir a Copa da UEFA, ou algo semelhante. E eles estão acostumados a torcer assim. Um time meia-boca vencer uma partida que seja do Real Madri, por exemplo, já é motivo pra festa, é como se fosse um título. Assim, os estádios tb ficam cheios.

No Brasil, como a maioria dos times grandes já foi campeão (só faltava o Cruzeiro, problema que será resolvido esse ano), todo mundo entra torcendo pelo título, não importa o quão ruim é o plantel da equipe. Quando o torcedor percebe que não vai ser campeão, perde o interesse e os estádios esvaziam. Exatamente por isso, o sistema de playoffs com os 8 melhores colocados da 1ª fase pode não ser o mais justo, mas é o mais interessante (além disso, desde quando futebol é justo?). Quero dizer, se o sistema fosse de classificar os 8 primeiros, a torcida do Flamengo (para dar um exemplo), que hoje está em 10°, lotaria sempre o estádio torcendo por uma classificação em 8°, já que aí o time teria chances de ser campeão, e não por causa de vaga na Libertadores ou Copa Sulamericana. Com o sistema atual, nem a urubuzada tem saco de ir ao estádio. Taí o porquê de não funcionar venda antecipada aqui. Sabe-se lá se o time vai estar bem? E vc acha que eu vou gastar meu dinheiro pra comprar todos os ingressos pra ver meu time chegar em 17°????


Abaixo os Pontos Corridos! (Daniel Marques) - coluna publicada no site Flamengo-RJ (14/12/2003)

Como o título da coluna sugere, eu estou entre a minoria que é contra o Campeonato Brasileiro em turno e returno por pontos corridos. Para mim a fórmula ideal seria com o mesmo número de 24 clubes atual, jogando em turno único classificando os oito melhores para uma segunda fase de mata-mata com jogos de ida-e-volta, sendo assim também nas semi-finais e na final, sendo os quatro últimos rebaixados e os quatro primeiros da Segundona subindo no ano seguinte.

Os motivos para essa minha posição são simples, o campeonato atual é excessivamente longo e restritivo, são longas e intermináveis 46 rodadas (que mesmo com 20 times e 38 rodadas em 2006 ainda será longo demais), com no máximo 4 ou 5 times ao final do turno e 2 ou 3 times nas últimas rodadas brigando pelo título e no máximo uns 6 ou 7 brigando contra o rebaixamento, deixando pelo menos 10 times sem disputar nada de importante. E não me venham dizer que brigar por vaga em Libertadores ou Sul-Americana motiva o torcedor, a diminuição da média de público desse Brasileiro em relação aos anteriores mostra o contrário.

Um campeonato com seis meses de disputa, oito se classificando e quatro caindo é muito mais dinâmico, abrangente e emocionante, pois volta a colocar de 12 a 15 times na disputa pela classificação e conseqüentemente pelo título, e 8 ou 9 na briga contra o rebaixamento, deixando praticamente todos os times brigando por algo realmente importante no campeonato. E o fato de haverem finais ainda é melhor financeiramente, a TV paga mais pelos direitos de transmissão, afinal as finais sempre dão uma grande audiência, mobilizam o país inteiro em torno desses jogos decisivos.

E o principal motivo para a volta do mata-mata no Brasileirão ser necessária para nós rubro-negros é o fato de o Flamengo não ter costume de ficar em primeiro lugar numa fase de pontos corridos do Brasileiro, o clube sempre cresceu mesmo nas decisões. Em 1987 e 1992, por exemplo, os melhores times na fase de pontos corridos foram Atlético-MG e Vasco respectivamente, e o Flamengo atropelou os dois na segunda fase dos campeonatos e foi campeão depois. Se o Brasileiro já fosse apenas em pontos corridos desde 1971 o Flamengo dificilmente seria pentacampeão.


Quero o Mata-Mata! (Willian Ceolin) - carta publicada na revista Placar 1275 (outubro/2004)

Ouvi dirigentes da CBF falarem do sucesso do campeonato nacional disputado por pontos corridos. Está certo que o filtebol está se organizando e o campeonato está indo bem. Não há os problemas que havia em outros anos, mas daí falar que os pontos corridos estão sendo sucesso no Brasil é brincadeira, né? Os estádios nunca estiveram tão vazios, os clubes estão começando a se contentar com o vigésimo lugar. Será que para clubes como Botafogo, Flamengo, Grêmio e outros isso deveria ser comemorado? O torcedor está perdendo a vontade de ir assistir seu time jogar. Que graça tem assistir a um jogo que não valerá nada no futuro? Ou o torcedor também vai começar a se contentar com posições intermediárias e passar a ir em jogos de Botafogo, Flamengo, Grêmio, Paraná, Guarani, etc. para comemorar colocações sem valor? Não dá para jogar um ano inteiro apenas por posições insignificantes em um campeonato desse tipo. Afinal, para o torcedor brasileiro, classificação para competições sul-americanas não basta. O torcedor quer títulos e um futebol disputado. Queremos a volta do mata-mata, e já!


Campeonato Brasileiro por Pontos Corridos (Jean Flávio) - publicado no fórum AOL Esporte (10/05/04)

Idéia de jerico. Interessante que a fórmula da série B premia não só a regularidade, mas também a capacidade do clube em jogos decisivos. E isto sem o tudo ou nada do mata-mata. Basta lembrar que o campeão e o vice da série B do ano passado só foram conhecidos na penúltima rodada, com cada técnico de olho na calculadora e no rádio de pilha.

Que motivação pode ter uma equipe do pelotão intermediário? um campeonato dessa natureza é igual cruzamento de égua com touro: nem dá leite nem dá carreto. Ou seja, é tedioso, chato, desmotivante, tal como a cabeça de quem idealizou.


Campeonato Brasileiro por Pontos Corridos (Lucas de Aquino) - publicado no fórum AOL Esporte (11/05/04)

Sou contra a forma de pontos corridos.Acho que o grande erro dos idealizadores desse tipo de competição, é que por colocar um campeonato no qual não seja possível ter o INESPERADO como grande vencedor, não atrai tanto quanto deveria o público.Penso que o futebol tem sua imensa dimensão devido a essa qualidade, que foi demonstrada em 2002 com a vitória inesperada do Santos e em tantos outros campeonatos.O Campeonato Brasileiro deveria nao ser encarado como uma forma de se manter regular, mas sim de mostrar que a equipe que vencer, vai conseuir obter méritos superando todos os obstaculos, assim mostrando realmente porque merece botar uma faixa no peito, estampando: CAMPEÃO BRASILEIRO


"Tremendo" Paulistão (Gilberto Ferreira) - carta publicada na revista Placar 1282 (maio/2005)

Parabéns, dirigentes paulistas, pelo empolgante campeonato de 2005, sem dúvida o mais emocionante de todos os tempos! Bem diferente do Carioca 2005, que foi uma monotonia. Ah, o Carioca teve 2,5 vezes mais público? Bobagem, torcedor é só um detalhe. Acho que para o campeonato 2006 a Federação Paulista deve continuar com essa "maravilhosa" fórmula de pontos corridos (empolgante) e deveria eliminar o torcedor, todos os jogos com portões fechados e sem transmissão de TV.


Torcedor brasileiro só quer saber do que pode dar certo (Jorge Santana) - post publicado no Blog Páginas Digitais (27/10/2006)

Este post não existe. Trata-se de miragem. Era pra ser apenas um comentário a mais na lista do post anterior. Mas como não consigo me fazer entender, continuo tentando. Pra mim, o fracasso de público do Brasileiro não se deve à fórmula de disputa, mas ao modelo de calendário. Modelo que mata os estaduais ao esvaziá-los, torná-los sem sentido. E que, depois, obriga o torcedor a acompanhar um interminável Brasileiro de 38 rodadas. Uma morrinha copiada da Europa.

No início do torneio, o público não aprece porque a competição ainda não esquentou. No meio, várias torcidas já abandonaram seus times. No fim, outras tantas já estão de luto. Ou batendo em jogadores nas ruas e ateando fogo em bandeiras.

E isto continuará até que umas 30 grandes grandes torcidas brasileiras se acostumem com o apequenamento de seus clubes (o que vai acabar acontecendo). Quando ocorrer, elas aceitarão os papéis de coadjuvantes e figurantes que restarão para seus times e vão parar de sofrer, bater em jogadores e cair em depressão. Enquanto esse dia não chega, abandonam, sem dó nem piedade, seus times. Santa Cruz x Fortaleza que, no Nordestão, teria público de 25 mil, nesta 31ª rodada do Brasileiro levou 1,3 mil torcedores ao Arruda.

Muito diferente do que se viu em La Plata, capital da província de Buenos Aires, Argentina, nesta quarta-de-final da Copa Sulamericancao. No mais moderno estádio do continente - Duhalde torrou mais de U$ 100 milhões em sua construção - lotado, o Gimnasia tomou de 2 x 0 do Colo Colo. O time argentino, que nunca ganhou um título em mais de 100 anos de vida - e deve ser o mais antigo em atividade nas Américas -, já havia tomado 3 x 0 no Chile, perdia por 2 x 0 com 9 em campo. No final do jogo, contudo, sua torcida cantava e agitava bandeiras.

A Argentina é outro planeta em termos de relação da torcida com o clube. Fato relevante: há duas semanas, o Gimnasia tomou de 7 x 0 do Estudiantes no clássico da cidade. Mesmo assim, o time não foi abandonado por sua hinchada. Esta cultura não existe no Brasil. Aqui, perdeu, tchau! E se acham que o torcedor some por causa a violência, experimentem jogar no campo do 12º BI, o mais eguro de Belzonte. Com ou sem segurança, ninguém vai ao jogo do seu time se ele não estiver disputando algo.

Os emplumados, que hoje lotam o Mineirão, levaram 3 mil contra o América pelo Mineiro. Por respeito à cultura brasileira, penso que o calendário deveria ser montado de tal forma que uma competição classificasse para outra dentro da mesma temporada. E que, no ano seguinte, tudo recomeçasse do zero. Sem rebaixamento. Ou com rebaixamente apenas nos estaduais. E, pra parecer mais chique, confesso: meu modelo também é europeu! Algo como a Champion’s League com algumas copas satélites.

O torcedor brasileiro, que só quer saber do que pode dar certo, ia se esbaldar. Uma ilusão por trimestre! Melhor do que carnaval que é uma por ano (sem contar, evidentemente, as micaretas). Pelas minhas contas, nessa altura do ano, Fortal e Santa já teriam sido despachados da Champion’s e estariam disputando vaga pra seguir adiante na Copa CBF. E, como o ano já caminha para o final, em caso de derrota, logo, logo, tudo se reiniciaria sem grande sofrimento.

Bacana, não?


Campeonato chato, esse de pontos corridos! (Raul Bianchi) - publicado no site Rádio Mondo Palmeiras (06/12/2006)

Bom dia, boa tarde e boa noite, palmeiristas do Brasil e do mundo, enfim termina mais um chatíssimo e sonolento campeonato de pontos corridos! Sinceramente, ou inventam algum atrativo para 2007, ou então, o Brasileirão já estará fadado ao insucesso, pois se outro time disparar, de novo teremos de assistir uma ultima rodada sonolenta! Eu já vinha avisando nos últimos anos que isso ia acontecer, mas em 2004 e 2005, conseguiram que o campeonato tivesse alguma emoção, pois o de 2003 já havia dado sono, com o Cruzeiro campeão antecipado. Agora a história se repete. Assisti ao jogo entre Paraná e São Paulo como penitência, porque foi um dos piores jogos que já vi em minha vida! E ainda bem que não passaram Fluminense e Palmeiras, porque aí sim, acredito que teria pago todos, sem exceção! Dou uma sugestão para a dona CBF: Que no Brasileiro 2007, o campeão do primeiro turno jogue contra o campeão do segundo turno, numa final de dois jogos.

E que também, tanto o campeão do primeiro turno, quanto o do segundo, já estejam automaticamente classificados para a Libertadores 2008, e se o mesmo time ganhar os dois turnos, já sairia com vantagem de três pontos no Brasileiro 2008. Seriam formas de incentivar as equipes, porque foi visível o desinteresse do torcedor. O global Galvão Bueno tentava encontrar alguma motivação a todo momento, durante o jogo, pois a audiência da emissora devia estar despencando a cada segundo. Foi patético ouvir o consagrado narrador dizer que a grande disputa entre Vasco e Paraná, pela ultima vaga da Libertadores, só poderia acontecer num campeonato emocionante como este. E não adianta virem dizer que se fosse o Palmeiras campeão, eu teria outra opinião, porque eu não teria! Sempre fui contra essa história de copiar campeonato europeu!


Contra os Pontos-Corridos (San Tell D'Euskadi) - publicado no Blog Tiefschwarz (31/08/2007)

Já devo ter escrito um texto contrário ao campeonato brasileiro de futebol em pontos-corridos, todos-contra-todos em turno-e-returno. Voltei; indignado com a tentativa de se dar alguma graça a um torneio chato, longo e sem propósito.

O campeonato começou em 13 de maio e vai até 02 de dezembro. São 38 jogos em SETE meses! Sendo que pouco passamos da metade e os pretendentes a algo resumem-se a seis clubes dentre os vinte participantes. Dos outros 14, metade só cumpre tabela: seis estão no purgatório e um já caiu. Sete disputam um macabro torneio à parte: "Quem acompanhará o América?!" Isso que eu acho o São Paulo campeão e sequer mencionei esse fato...

O Brasileirão é como domingo à tarde numa cidadezinha do interior: pure boredom!

Por favor, voltemos à 1.998 e 1.999! Tínhamos um campeonato com 24 clubes. Havia, pois, quatro torcidas mais felizes do que hoje. A fase regular era muito parecida com a atual fórmula, por pontos-corridos e todos-contra-todos, mas em turno único. Chegava-se à 23ª rodada (a próxima, à próposito), com clubes disputando vaga para a disputa do título e/ou vantagem para a próxima etapa. Além daqueles que tentavam escapar da degola. Quase ninguém jogava só para cumprir carnê!

Encerrada essa fase regular, os oito melhores enfrentavam-se para definir O MELHOR. Das quartas-de-final à final, as regras eram as mesmas. Confronto direto em mata-mata, melhor-de-cinco-pontos (3 jogos), sendo que a equipe com melhor campanha na primeira fase, dentre ambas do enfrentamento, tinha o mando das duas últimas partidas e a vantagem do empate. Se, mesmo assim, fosse eliminada, como defender que houve injustiça?

Havia "Emoção" e "Merecimento" da primeira a última rodada. Sempre! Sem invenções, sem "forçações-de-barra".

O Grêmio foi 3º no Brasileiro do ano passado. Eu trocaria a bela campanha e a vaga conquistada na Libertadores por um belo playoff. O Grêmio foi 8º e 18º em '98 e '99 respectivamente. Não me importa.

Voltemos aos mata-mata!


Pontos Corridos: Justiça ou Ilusão? (André Abuddi) - publicado no blog Fanáticos por Futebol (01/10/2007)

Há quatro anos estamos batendo na mesma tecla e parece que os “mandachuvas” do futebol brasileiro ainda não tomaram medidas cabíveis em relação a fórmula de disputa do nosso campeonato. Ai entra uma pergunta que não sei responder e gostaria que alguém pudesse responder com o mínimo de sensatez e ética: Faltando dez rodadas para terminar o Brasileiro, o que motiva o torcedor a comparecer ao estádio? É claro, com exceção da torcida campeã de 2007.

Não vejo o calendário do nosso futebol em condições de igualar-se ao modelo europeu. Pelo menos esta é a explicação que a CBF alega, para continuar com esta fórmula modorrenta de disputa do maior campeonato do mundo. Há os que dizem que é o mais difícil. Então, já começo a colocar esta questão em dúvida. Que dificuldades o São Paulo encontrou para chegar há dez rodadas do fim da competição com 12 pontos de frente do Cruzeiro (atual vice-líder)?

A exatamente dois meses do fim do Campeonato Brasileiro todos já sabem quem estará no topo em 3 de dezembro. Se olharmos a tabela e fizermos uma comparação com a antiga formula do mata-mata, hoje em dia apenas Juventude e América-RN não estariam em condições de disputar o título. Não questiono a justiça desta formula, questiono a maneira de como a competição é conduzida e o interesse que o torcedor tem em acompanhar os jogos, sabendo que seu time não almeja mais o topo máximo do futebol brasileiro.

Desde 2003, quando chegamos à última rodada com mais de dois clubes brigando pelo título? Libertadores está servindo como prêmio e como forma de “abafar” um regulamento ilusório proporcionado pelos “maiorais” do nosso futebol. Com a ascensão do Grêmio, e Cruzeiro e São Paulo já garantidos, vejo hoje apenas uma vaga aberta para a Libertadores (faltando dez rodadas) que serão disputadas por: Santos, Palmeiras, Botafogo, Vasco e Sport. Daí para baixo não acredito que outro time possa disputar a maior competição do nosso continente na próxima temporada, e repito com dois meses de campeonato ainda.

Sul-Americana? O que é isso mesmo? Vale o que, se não for dinheiro para os dirigentes, no qual, tenho minhas dúvidas e tenho razão para isso, se realmente vão para o futebol. Porém o assunto fica para uma próxima discussão.

Já no pelotão de baixo da tabela a briga segue emocionante, com apenas duas vagas em abertos, pois não vejo salvação para América-RN e Juventude. Dois grandes clubes do futebol brasileiro (Corinthians e Atlético-MG) na zona da degola e o Flamengo nesse vai ou não vai. Disputa emocionante com Figueirense, Flamengo, Náutico (em impressionante ascensão), Internacional, Atlético-PR, Paraná, Atlético-MG e Corinthians para continuar na elite do futebol brasileiro. Afinal de contas é isso que gosta a CBF e alguns críticos de plantão. E os torcedores, cada vez mais sendo iludidos com essa “mirabolante” formula de disputa.


Porque sou contra o Campeonato Brasileiro ser por Pontos Corridos (Marius Webber) - publicado no blog Marius Webber's Presunto (05/12/2007)

Claro que o fato de eu ser Flamengo, time de chegada, imbatível em mata-matas de fases finais de campeonatos, corrobora este pensamento, mas apesar disso eu acho mesmo que é quase uma unanimidade que um campeonato com playoffs, uma semi-final, enfim, uma fase de mata-mata, com jogos de ida e volta na fase final do campeonato dão muito mais emoção ao evento.

Quem é que não acha um saco quando o Michael Schumacher ganhava o campeonato no meio da temporada, faltando ainda um monte de inúteis corridas para o fim?

Assim foi também no brasileirão deste ano, em que o São Paulo foi campeão quando ainda faltavam 5, 7, sei lá quantas rodadas para o final do campeonato… chatão.

Outra coisa chata é que o campeão pode sair de um jogo contra um time já rebaixado, fora de casa, sem nenhuma expressão e com uma torcidinha insignificante para comemora-lo face a grandiosidade do que há para ser comemorado…

Quanto mais eu penso, mais eu acho indefensável este sistema de pontos corridos.

Até a F1 se pudesse faria semi-finais.

Em uma semi-final, ou playoffs com duas chaves de 4, de onde saem um de cada para fazer as finais, como foi no bem organizado campeonato brasileiro de 1992, quando o Flamengo conquistou o pentacampeonato contra o Botafogo em uma fase final de tirar o fôlego… em finais de mata-mata quem ganha é a emoção, os estádios lotam, são eventos solenes… “Hoje é dia de final de campeonato”, a cidade fica toda em festa, como em uma copa do mundo… por que abrir mão de toda essa adrenalina, dessa alegria?

A única defesa do sistema de pontos corridos é que é mesmo mais justo com o time que teve maior regularidade ao longo do campeonato… só que no sistema anterior, a primeira fase do campeonato era também um “todo mundo contra todo mundo”, não sendo então um mata-mata enlouquecido, como é em uma copa do mundo… no meu ver é uma forma de se premiar a regularidade mantendo a emoção das fases finais… me parece muito mais coerente.

Eu voto fim dos pontos corridos já!

Mengão rumo ao Hexa!


Artigos assinados pelo autor deste site (Marcelo Leme de Arruda)


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