Sexta-feira, 15 de outubro de 1999

Botafogo tem método
para evitar estresse

Alvinegros recebem preparação física
específica na reta final do Brasileiro

CAIO CASTRO LIMA

O Campeonato Brasileiro entra na reta final para a equipe do Botafogo - faltam apenas cinco partidas. Agora, mais do que nunca, os jogadores alvinegros têm que estar muito bem preparados fisicamente. Isso sem contar que têm também que superar o estresse desses últimos meses. E para que o elenco botafoguense esteja no ritmo certo para enfrentar essas partidas decisivas, a equipe responsável pela preparação física dos jogadores do Botafogo armou um método específico de trabalho para o atleta de cada posição.

"O treinamento de base, que era igual para todos, já passou. Agora o zagueiro treina de um jeito, os laterais de outro, os meio campistas de forma diferente e os atacantes de um quarto jeito", disse Márcio Meira, preparador físico do Botafogo. Márcio é auxiliado por Júlio Alencar e pelo fisiologista Altamiro. "Os zagueiros trabalham mais o lado da força. Fazem bastante repetição no salto, nas bola cruzadas para a área", explicou o preparador físico.

"Já com os laterais nós fazemos um trabalho de velocidade, com corridas curtas, de 50 e 100m. Os jogadores de meio campo fazem corridas de 30min, sempre alternando o ritmo. E os atacantes dão piques de potência", comentou Márcio. Ele disse que a tendência é manter esse ritmo e diminuir aos poucos. "Nos três últimos jogos eles irão somente jogar, descansar e se alimentar. Irão trabalhar a parte tática e técnica e farão alongamento", afirmou. Como exemplo da importância do treinamento específico, Márcio Meira citou o caso do jogador Luís Paulo. "Como ele era um jogador reserva, fazíamos um trabalho mais forte como ele. Vocês viram que ele entrou contra o Botafogo/SP e ninguém fez a festa em cima dele", declarou.

Para o preparador físico, o que acontecia antes era que os atletas do Botafogo corriam muito e de forma desordenada. "Corriam dois, três jogadores atrás da bola no mesmo local. Agora, cada um sabe o seu posicionamento", afirmou. Por isso, Márcio garante que a equipe já passou pelo momento mais difícil. "O risco de um atleta estourar ainda existe. Mas agora é menor. Se fosse mesmo acontecer, já era para ter acontecido", disse.

Time - Os jogadores Reidner, com torção no tornozelo, Zé Carlos, com dores na coxa, Wagner, que estava indisposto, e Darci com dores no ombro, estão recuperados. O técnico Antônio Clemente confirmou que o time que enfrentará a Portuguesa será o mesmo do jogo contra o Flamengo.

O Botafogo enfrenta, depois da Portuguesa, os seguintes adversários: Grêmio (20/10, Olímpico), Gama (30/10, Rio), Palmeiras (6/11, São Paulo) e Guarani (10/11, Rio).

Torcida é contra Inter e Gama

Times do Rio Grande e de Brasília
estão na mira na luta contra descenso

O índice de rebaixamento do Botafogo, segundo o matemático Sérgio Wechsler, do Instituto de Matemática e Estatística da USP, após os jogos de ontem, é de 0,966. A equipe carioca está à frente do Paraná, que tem 0,853, do Juventude, com 0,851, e do Botafogo/SP, com 0,667. O time alvinegro tem que, a partir de agora, torcer contra o Internacional, que está com um índice de 1,057, e contra Gama, que tem o índice 1. As duas equipes passaram a ser os principais adversário do Botafogo na luta para não ser rebaixado. Os botafoguenses não têm mais chances de classificação, mas ainda podem chegar à 18ª posição no campeonato. E caso consigam isso, poderão disputar uma vaga na próxima Taça Libertadores da América.

Ainda de acordo com o matemático, as chances de o Botafogo ser rebaixado são de 77,33%. Botafogo/SP, Juventude, Paraná, Internacional e Gama são, respectivamente de: 98,85%, 99,84%, 90,5%, 14,86% e 15,5%. Enquanto o Botafogo luta para sair da zona dos rebaixados, Vasco e Flamengo brigam pela classificação entre os oito. Segundo os cálculos de Sérgio Wechsler, as chances de classificação do clube cruzmaltino são de 96,91% e as do time rubro-negro de 72,26%.