Belo Horizonte, Sexta-Feira 29/10
Sorte do Galo está nos pés dos jogadores




Alexandre Kalil reúne-se com o grupo e deixa claro que a diretoria não aceita mais vexames na competição (FOTO HUMBERTO NICOLINE)

Clésio Giovani
REPÓRTER

A diretoria do Atlético perdeu a paciência. A goleada de 4 a 1, contra o Paraná, quarta-feira em Curitiba, revoltou os dirigentes. Isso ficou claro na reunião de ontem à tarde, na Vila Olímpica. Alexandre Kalil, presidente do Conselho Deliberativo atleticano, representou o presidente do clube, Nélio Brant Magalhães, no encontro e exigiu empenho dos jogadores nos três jogos que restam, para tentar evitar a eliminação do time no Campeonato Brasileiro. Kalil quer também que os atletas melhorem a conduta também fora de campo. Alguns deles estariam se excedendo na noite de Belo Horizonte.
“O time tem que reagir em campo, pois os jogadores precisam ter vergonha na cara. O Atlético é o maior clube de Minas Gerais. As coisas não podem continuar como estão. A diretoria não concorda com o que aconteceu contra o Paraná. Muito menos os torcedores", declarou Alexandre Kalil. Segundo o dirigente, os jogadores devem estar conscientes que só vitórias, a partir do jogo de domingo, contra o Corinthians, no Maracanã, vão salvar a equipe e a honra do clube.
Alexandre Kalil fez questão de frisar que o destino do Atlético no Brasileiro depende só dos jogadores. “Já fizemos tudo o que pudemos. O pagamento está em dia. O futebol deles é que não está." O dirigente confirmou a permanência de Dario Pereyra no comando da Comissão Técnica. “A diretoria tem um compromisso com ele e vai cumpri-lo", afirmou Kalil, que acredita na classificação da equipe, desde que o grupo mostre que tem brios.
Na opinião do volante e capitão Gallo, o “puxão de orelhas" vai servir para sacudir o grupo do Atlético. “O Atlético fez uma suas piores partidas neste campeonato, senão a pior. O time atuou abaixo da crítica e essa reunião foi mais um ponto favorável. A diretoria cobra, mas também dá apoio", afirmou o volante. Gallo revelou que existe um pacto dos jogadores pela classificação, desde o primeiro jogo no Campeonato Brasileiro. “Vínhamos mantendo uma boa posição durante todo a competição, sempre entre os oito, mas infelizmente caímos com essa derrota", lamentou.


Dario se nega a vigiar o grupo

O técnico Dario Pereyra admite ouviu comentários de que alguns jogadores do Atlético estariam se excedendo nas noites belo-horizontinas. O treinador disse que não tem como ficar vigiando os atletas fora de campo, apesar da visível queda de rendimento do time. “Estamos concentrando dois dias antes do jogo. Se algum jogador, após um jogo, vai a restaurante jantar ou tomar alguma coisa é perfeitamente normal. Não vou ficar correndo atrás de jogadores", disse o treinador.
Segundo Dario Pereyra, o jogador pode sair à noite, mas tem que corresponder dentro de campo. “Se esse jogador não der uma resposta positiva dentro de campo, aí vou tomar as providências necessárias", afirmou o técnico do Atlético. O treinador não revelou nomes, mas deixou claro que sabe quem está saindo da linha. De acordo com ele, a advertência serve para todos.
Antes do encontro com os jogadores, Nélio Brant, Alexandre Kalil e o diretor-executivo do Atlético, Bebeto de Freitas, reuniram-se no início da madrugada com a Comissão Técnica, no hotel onde a delegação ficou hospedada em Curitiba. “As reuniões sempre são válidas. A diretoria tem que participar, tem que cobrar, pois estão vendo tudo de fora. A diretoria está pagando e tem direito de exigir", afirmou o treinador.
Apesar da confirmação de sua permanência no comando do time, Dario Pereyra mostrou indiferença. “Não tenho a intenção de ficar para sempre no Atlético. Quando fui contratado vim para triunfar no clube. Conquistei o Campeonato Mineiro, quando ninguém mais acreditava, e quero agora fazer uma boa campanha no Campeonato Brasileiro. Quando sentir que não tenho mais o apoio da diretoria, vou-me embora", declarou Dario Pereyra.

BELLETTI

O volante Belletti participou ontem de seu primeiro coletivo, após se recuperar das seqüelas do acidente automobilístico que sofreu no dia 12 de setembro. Dario Pereyra não confirmou se fará alterações para o jogo contra o Corinthians no domingo, no Maracanã, mas Belletti retorna ao time.


Time precisa de sete pontos

A derrota para o Paraná (4 a 1), quarta-feira, deixou o Atlético em situação difícil. As chances de classificação do time mineiro caíram para 37,62% (eram 63,71%, antes da rodada de meio de semana). Agora, para garantir a vaga, o Galo precisa de sete pontos em nove possíveis, ou seja, duas vitórias e um empate. Só que a equipe de Dario Pereyra joga duas vezes seguidas fora do Mineirão - domingo, contra o líder Corinthians, no Maracanã e no dia 6 de novembro, contra o Guarani, em Campinas. O Atlético encerra a participação na primeira fase contra o Grêmio, dia 10 de novembro, em BH. As chances do Cruzeiro continuam estáveis (99,75). Com uma vitória sobre o Botafogo/SP, domingo, no Mineirão, a equipe de Levir Culpi passa à segunda fase. Mesmo com a goleada sobre o Atlético, o Paraná continua como sério candidato ao rebaixamento, com 81,65% (antes da rodada, eram 91,96%) de chances de cair para a Segunda Divisão em 2000. Os times praticamente rebaixados são Juventude (99,90%) e Botafogo/SP (99,49%).




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