Às vésperas do returno, matemáticos da UFRS e da USP calculam a pontuação necessária para definir o campeão e as chances de cada um. O Cruzeiro tem, hoje, 48% de possibilidades. O Galo, 4%

(Alexandre Simões)

O returno do Campeonato Brasileiro começa amanhã e a briga pela liderança vai se acirrar. Mas, dos 24 times que participam da competição, poucos têm realmente condições de chegar ao título e a disputa da taça deve ficar restrita aos atuais seis primeiros colocados Cruzeiro, Santos, São Paulo, Coritiba, Atlético-MG e Internacional. Criciúma e Paraná correm por fora e têm, hoje, desprezíveis chances.

O campeão brasileiro de 2003 deve ter aproveitamento de 66,66%, que equivalem a 92 dos 138 pontos em disputa. O engenheiro Tristão Garcia, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, diz que a conta é simples de ser entendida: Basta você multiplicar o número de jogos por dois, que se acha a pontuação necessária para ser o primeiro. Isto em qualquer rodada. Hoje, por exemplo, foram disputados 23 jogos e o Cruzeiro tem 47 pontos, um a mais que os 46 do cálculo .

Na análise das possibilidades de título do site Chance de gol, abastecido pelos matemáticos da Universidade de São Paulo (USP), as previsões são mais altas e o time que alcançar 92 pontos tem 80% de chances de ser campeão. Com 94 pontos, esse número sobe para 90% e, com 96 (objetivo traçado pela comissão técnica cruzeirense), para 97%. Com menos de 92 pontos, segundo os cálculos do Chance de gol, será realmente difícil uma equipe chegar ao título. Com 91, terá 75% de chances; com 90, 66%; e, com 89, despenca para 57%.

Para Tristão, o segundo colocado do Brasileiro não deve passar dos 90 pontos. O engenheiro, com base nos jogos do turno e dos que ainda serão jogados, fez um cálculo das chances de título para os 24 times: O Cruzeiro tem 48% de chances de ser campeão; o Santos, 23%; o São Paulo, 14%; Coritiba e Atlético-MG, 4%, cada; Internacional, 3%; Criciúma, 2%; Paraná, 1%; e os outros 16 times, juntos, 1% .

Returno

Dois aspectos têm de ser analisados em relação ao returno, principalmente após as primeiras rodadas. O primeiro pode determinar maior equilíbrio, pois haverá briga mais forte contra o rebaixamento, que deverá envolver, até a reta final da competição, pelo menos seis equipes, além da disputa pelas três vagas na Copa Libertadores.

Em compensação, um segundo não pode ser esquecido: a falta de motivação das equipes do grupo intermediário na classificação, sem chances de brigar pelo título ou pela Libertadores, mas também sem risco de rebaixamento.